De Laurentiis aplaude Superliga e propõe "Serie E" fechada com apenas 14 equipas
O presidente do Nápoles defende a criação de um campeonato italiano sem subidas e descidas de divisão e em que apenas compitam equipas "com um número de adeptos relevante"
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Aurelio De Laurentiis, presidente do Nápoles, concedeu na quinta-feira uma entrevista ao jornal “Corriere dello Sport”, na qual abordou vários tópicos da atualidade desportiva.
Desde logo, o dirigente italiano mostrou-se a favor da criação da Superliga Europeia, isto depois de o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) ter considerado contrária à legislação europeia a proibição da FIFA e UEFA de que futebolistas e clubes participem em competições privadas.
“Aqueles que governaram até agora como monopolistas não compreenderam que o futebol é um negócio e precisa de um volume de negócios crescente. Se eu investir centenas de milhões num circo que distribui nozes e me obrigarem a jogar a toda a hora para manter um sistema que não é produtivo, não vale a pena. O primeiro [projeto da Superliga, que recebeu forte contestação em 2021] foi um passo errado, que, no entanto, levou a esta mudança. Agora temos de refletir seriamente. Falei com Florentino Pérez [presidente do Real Madrid] e concordámos em colocar na mesma mesa verdadeiros empresários e não presidentes nominais. O futebol é gerido por pessoas sem visão", considerou.
No mesmo âmbito, o presidente do campeão italiano propôs uma reestruturação completa da Serie A para um campeonato fechado, denominado “Série E”, com 14 equipas que tenham "um número de adeptos relevante".
"Eu faria uma Serie E de elite, apenas com equipas de cidades com um número relevante de adeptos. Um Palermo que dê garantias económicas não pode passar pela Serie D, e o mesmo se aplica ao Bari, enquanto na Serie A se encontram cidades com 20 mil habitantes que não vendem nem 10 mil bilhetes. Digo, então, que às sete, oito equipas que dominam a classificação, juntamos mais sete com a mesma ambição, fechando em 14 lugares na Serie de elite, sem despromoções, como a NBA", detalhou.