Aos 22 anos, o extremo esquerdo fez 80 jogos no Lens desde que a equipa subiu, virando sensação em França com um segundo lugar. Liga dos Campeões abre um mundo novo; O pai foi para França para trabalhar na construção civil e o menino David, o mais novo entre irmãos que jogaram no Cova da Piedade, seguiu o caminho. O sonho encontrou a mais próspera realidade.
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David Costa, 22 anos, é um caso sério em França e um menino no coração dos adeptos do Lens. Conviveu com a cruel perda do Europeu sub-21 mas já pensa na Champions.
Como se desenhou esta época notável do Lens?
-Foi uma época incrível, mesmo havendo momentos em que não joguei, por causa de uma lesão no ombro. O nosso grupo foi excecional, estivemos sempre em cima do PSG. Atingir a Champions ao fim do segundo ano na Ligue 1, o meu terceiro ano de sénior, é fantástico.
Estavam longe de ter esta meta no início da Liga?
-Desde o ano passado fomos percebendo que tínhamos nível para andar na frente, procurando fixar o clube nos cinco primeiros. Esta época entrámos muito fortes, sempre a ganhar jogos, sem pensar muito. Correu tão bem que o foco passou a ser não perder o acesso à Champions.
Quais os segredos de um Lens tão inspirador?
-É difícil formar um grupo como o nosso. Todos andam juntos dentro e fora do campo. Há uma liderança especial, de um treinador [Franck Haise] que trouxe a equipa da II Divisão. Eu já o conhecia da equipa B. Confiou muito em mim e tem-me rentabilizado como extremo esquerdo num 3-4-3. Transmite motivação e nas palestras encontra as palavras certas. Faz os jogadores sentirem-se bem.
Imagino um ambiente apoteótico numa cidade tão pequena...
-É uma cidade pequenina e parece que todos cabem no estádio. Tivemos casa cheia em todos os jogos, há um amor indescritível pelo clube. Ajudam-nos a dar o máximo.
Está nas nuvens por jogar a Champions em 2023/24?
-É algo de incrível, um sonho de criança também. Só as grandes equipas jogam esta prova e sempre via os jogos com a minha família. É o perceber que chego ao ponto mais alto, só falta o Mundial. Mais especial ainda é por ser pelo clube que me formou.
Esta ligação desde tão menino ao Lens diz que este é o clube da sua vida?
-O clube da minha vida é o Benfica. O Lens vai ficar gravado no coração, pois estou aqui há mais de dez anos, sinto uma paixão enorme e acho impossível que não se goste deste clube. Aqui todos o amam...
Aos 22 anos, o que pode render esta Champions?
-Pode abrir muitas portas, ampliar o conhecimento do que valemos ao mais alto nível. E acho que pode ajudar imenso no que toca à Seleção A. É um sonho que depende dos meus jogos, do que fizer. Tenho de estar sempre a 200 por cento e melhorar para fazer mais golos e assistências.
Com esse fascínio pela Champions, estando lá o Benfica, como idealiza esses confrontos?
-Nem sei como responder, mas seria incrível jogar na Luz contra o Benfica. Gosto da forma como jogam, muito idêntica à nossa. Pressionam muito e fazem muitos golos. Gostei muito de ver jogar o Benfica na última época. Com um grande Gonçalo Ramos, com quem já joguei nos sub-21.
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