Danny foi jogador de Spalletti no Zenit e, em declarações a O JOGO, defende técnico no anunciado divórcio com o Nápoles.
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Foram 81 jogos entre 2009/10 e 2013/14 que aproximaram muito Danny de Luciano Spalletti, um técnico que terá lugar vitalício com herói da cidade de Nápoles, por ter conduzido o clube local ao terceiro título da história e o primeira pós Maradona. Com o presidente Aurélio De Laurentis a deixar entender que o treinador não vai acompanhar o projeto napolitano na próxima temporada, mesmo gozando de mais um ano de contrato, falamos com Danny, ilustre filho da terra na Madeira, craque do Marítimo, que ainda passou pelo Sporting e se tornou figura divina na Rússia, tanto no Dínamo Moscovo como Zenit. Com o italiano foi imensamente feliz em São Petersburgo, conquistando dois campeonatos russos, antes de um terceiro com André Villas-Boas
"O mister sempre foi um líder, uma pessoa que está sempre em cima dos mínimos detalhes e é aí que se ganham títulos. Ele era muito inteligente a perceber e antecipar esses pormenores e muito forte taticamente!", elogia o madeirense nascido na Venezuela, reagindo às notícias da saída de Spalletti de San Paolo, após ter emocionado toda uma cidade que suspirava por um feito de tamanho calibre.
"Não está bem contada essa história! Conhecendo o Spaletti, ele gostava de continuar, esta decisão só pode dever-se ao relacionamento com o presidente do Nápoles. Ele nunca vacila e sabe bem o que quer. Prefere sair em grande sem querer desgastar-se mais em problemas com o presidente. Aliás, todos sabem como é De Laurentis. Spalletti foi forçado a não continuar para não ter mais problemas", sublinhou o português, muito generosos com a obra do italiano e com experiência própria para abalizar as competências em questão.
"Ele é um dos melhores treinadores italianos da história mas não tinha ganho ainda uma série A. Conseguiu com o Nápoles o que levava anos a tentar ganhar. E em Nápoles muitos tentaram e não conseguiram. A equipa tem feito bons campeonatos mas a mão dele tem óbvios méritos nesta conquista", reconheceu Danny, alisando a postura do italiano com os grupos que dirige.
"É muito amigável e é bastante próximo dos jogadores, mas também é bastante rigoroso quando se está a treinar e quer sempre uma concentração e profissionalismo a 1000. Não gosta de brincadeiras quando se treina a sério!", ressalvou, espreitando contornos mais curiosos do impacto que provoca nos atletas.
"Quando chegou ao Zenit, pensávamos que era um ditador com a cara fechada e muito intenso como falava. Depois percebemos que era para nos por a todos em sintonia e, logo no fim da pré-época, já havia uma harmonia total, um grupo bastante forte, e nesse primeiro ano, ganhamos o campeonato com uma só derrota que apareceu perto do fim", explicou o antigo avançado, que fez parte de um grande Zenit. Olha agora para os trunfos potenciados por Spalletti.
"Há uma época sensacional do Kvaratshkelia porque o treinador sabia o que ele tinha de fazer para ser fundamental na equipa. Deu-lhe liberdade no campo para que quando tivesse a bola arrancasse e desequilibrasse. Fez ainda do Osimhen um goleador ainda mais oportuno dentro da área. Ele trabalha muito bem por zonas do campo, tem técnicos preparados para o trabalho defensivo e outros para o ofensivo. Isso faz dele um dos grandes treinadores da Europa", destacou.