Pepe e Ronaldo são exemplos que continuam a inspirar Danilo a ir mais além. Por isso, alimenta o sonho de ser campeão do Mundo, para honrar o esforço do povo. Danilo acha “impressionante” o que o duo de capitães da Seleção faz no dia a dia. Enquanto ambos “se sentirem bem”, terão sempre lugar no grupo, considera.
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A vitrina de Danilo Pereira conta com 11 troféus, entre eles dois da Liga portuguesa e dois da Liga francesa, mas o mais brilhante é o de campeão da Europa, arrebatado em 2016. No entanto, o médio não quer parar por aí e sonha “com nova conquista” já este ano, na Alemanha.
Como é que jogadores mais experientes, como o Danilo, o Cristiano e o Pepe podem ajudar a introduzir cultura de vitória no grupo?
-Como jogadores que já levam mais anos de Seleção, temos o objetivo de mostrar que tudo é possível em termos de trabalho e de talento. Como já disse, há muito talento na Seleção Nacional, mas isso não chega, há que saber sofrer, saber que o Europeu é muito curto. São jogos muito intensos, em que as emoções vão estar ao rubro. Há que saber geri-las, mas jogar com o coração também. É dessa forma que podemos ajudar. Alguns jogadores já estiveram no Mundial, outros vão estar na primeira competição mais a doer, mas acho que vamos estar todos preparados. É um grupo que, apesar de jovem, tem muita experiência, jogadores que atuam ao mais alto nível, na Champions, na Liga Europa, em campeonatos muito competitivos. Estaremos preparados.
“Veteranos” como o Pepe e o Cristiano ainda conseguem surpreendê-lo?
-Quem os conhece sabe o nível de exigência que colocam em cada treino. Não só no treino, mas no quotidiano deles. Muita recuperação, comem e dormem bem, cuidam bem da saúde mental... Isso é muito importante para chegarem à idade que têm e continuarem a exibir-se da forma que se exibem. Acho impressionante, mas não me surpreende, de todo.
Ainda contam com Pepe e Cristiano Ronaldo para lá deste Euro’2024?
-Cabe a eles decidirem. Cada um sente o seu físico e sabe até quando é que o corpo vai aguentar. Se se sentirem bem, se o corpo permitir, acho que são sempre selecionáveis.
E ao Danilo, o que falta conquistar?
-Há sempre mais títulos a conquistar. Nem que seja repetir alguns [risos]. Há sempre alguma coisa que nos falta. Falta-me a Liga dos Campeões, falta um Mundial com Portugal... Gostaria muito de voltar a viver um momento de conquista com Portugal neste Europeu. O Euro’2016 trouxe uma alegria extra ao povo português, um povo batalhador, que apesar de muito sofrimento continua sempre alegre e com esperança. Queremos dar essas alegrias a todo o povo, que merece.
“Gyokeres é um dos melhores pontas-de-lança a nível europeu”
Dentro de dois dias, em Guimarães, Portugal defronta a Suécia na preparação para o Euro’2024, uma oportunidade para também ver Gyokeres em ação pelo conjunto nórdico. E do lado luso, diz Danilo, há “curiosidade” para defrontar o goleador do Sporting. “Queremos competir com os melhores jogadores e o Gyokeres é, neste momento, um dos melhores pontas-de-lança a nível europeu. Pelo físico, pela forma como se impõe no jogo, pelo impacto que tem... É sempre motivante jogar contra jogadores desse calibre”, afirma.
"Fiquei orgulhoso do FC Porto"
Danilo assistiu com pena à eliminação dos dragões ante o Arsenal, mas vincou a atitude do ex-clube.
Tem acompanhado a época do FC Porto?
-Gosto de estar atento aos meus ex-colegas. Não tem sido uma época daquelas a que o FC Porto nos habituou. Está em terceiro lugar, com alguns pontos de desvantagem, mas é uma equipa que sabe sair de situações difíceis. Ainda faltam oito jogos na I Liga, são muitos pontos e o FC Porto ainda vai a tempo de recuperar. O Sporting está muito bem, mas já sabemos que a Liga portuguesa é difícil. Há sempre esperança.
Viu a eliminatória com o Arsenal?
-Acompanhei os dois jogos e acho que o FC Porto esteve muito bem, principalmente em casa. Não me lembro de um momento em que o Arsenal tenha criado perigo. Conseguimos fazer o 1-0 e ganhar, mas sabia que no Emirates ia ser muito complicado. O golo do Arsenal foi contra a corrente, mas é futebol. Estamos a falar de uma equipa de alto nível. Depois foram as grandes penalidades e aí, além de competência, tem de haver sorte. Infelizmente não caiu para o lado do FC Porto, mas o clube e os adeptos têm de ficar orgulhosos daquilo que a equipa fez, como eu fiquei.
Que jogadores destaca na atual equipa?
-O FC Porto tem sempre a valência de colmatar saídas como poucos clubes fazem. O Varela e o Nico encaixam bem na ideia de jogo, têm muita qualidade com bola e são muito fortes a nível físico e mental. O Galeno e o Wendell foram convocados pelo Brasil. Vi o Galeno chegar ao FC Porto e acho que evoluiu muito, principalmente a definir.
Teria dado jeito a Portugal?
-O Galeno já escolheu a seleção brasileira. Então, nada a fazer, não é? [risos]