"Cristiano Ronaldo é o melhor dos humanos, mas Messi é um extraterrestre"
Palavras de Gerard Piqué, que coincidiu com o astro português na sua primeira passagem pelo Manchester United e com "La Pulga" durante vários anos no Barcelona
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Retirado do futebol desde 2022, Gerard Piqué concedeu este sábado uma entrevista ao jornal “Correre dello Sport”, onde falou sobre vários nomes marcantes da sua carreira, com especial destaque para o treinador Pep Guardiola, com quem venceu todos os títulos possíveis no Barcelona, entre 2008 e 2012.
“Tínhamos quotas de talento incríveis, mas o mais extraordinário daquela época é precisamente a combinação com Pep. Chegámos praticamente juntos ao Barça, eu como jogador e ele no banco. Estavam Messi, Xavi, Iniesta, Puyol, Busquets, éramos da casa, filhos da [academia] La Masia. Conhecíamo-nos desde sempre, o entendimento era natural e era fácil seguir o modelo de Pep”, começou por enaltecer, antes de revelar com era a relação do plantel “blaugrana” com o atual timoneiro do Manchester City.
“Creio que ao nível tático e estratégico, ele é um génio. Sabe ler o jogo, prever como acabará e dá-te todas as ferramentas necessárias para poder contra-atacar ou defender. E depois na transmissão da mensagem motivadora não tem rival, consegue manter a atenção do grupo alta e constante, inclusive durante vários anos. Foi muito complicado, num balneário com tanta qualidade e que havia ganhado tanto, garantir o mesmo nível de rendimento, ele até mudou de língua”, revelou.
O antigo central espanhol, que coincidiu com Cristiano Ronaldo na sua primeira passagem pelo Manchester United antes de marcar uma era com Lionel Messi no Barcelona, não hesitou ainda em destacar o par português e argentino como os jogadores que mais o surpreenderam, ainda que coloque “La Pulga” num patamar fora deste mundo.
“Messi sempre foi diferente dos demais. Cristiano é o melhor dos humanos, mas Leo é um extraterrestre, não pertence a este planeta. Vi-o a treinar todos os dias, fazendo coisas incríveis e nunca voltará a haver alguém com a sua velocidade de pensamento e com a mesma determinação. Chegou com 13 anos e jogava absolutamente igual na academia do Barça como na equipa principal”, enalteceu.
A concluir, Piqué garantiu que não pensa em experimentar uma carreira de treinador, admitindo que a sua etapa como jogador lhe trouxe algum desgaste em relação ao futebol.
“Talvez no futuro volte ao futebol para fazer outras coisas. Agora sinto-me concentrado e tranquilo. Ser treinador, no entanto, não me interessa. 20 anos de rotina levaram-me à saturação. Treinar todos os dias, jogos a cada três ou quatro dias... precisava de um descanso”, apontou.