Courtois e a polémica com o ex-selecionador belga: "Nunca vivi nada assim"
Courtois regressou às opções da Bélgica após cerca de um ano e meio afastado da seleção, devido a um desentendimento com o antigo selecionador Domenico Tedesco
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Thibaut Courtois regressou às opções da Bélgica após cerca de um ano e meio afastado da seleção, devido a um desentendimento com o antigo selecionador Domenico Tedesco, que foi demitido em janeiro devido a maus resultados, sendo substituído por Rudi Garcia.
Em conferência de imprensa, o guarda-redes do Real Madrid, de 32 anos, explicou que fez questão de falar em privado com os restantes colegas de seleção para lhes explicar o que motivou o seu afastamento, garantindo ainda que o desentendimento com Tedesco, em junho de 2023, não foi apenas motivado pelo facto de não ter sido nomeado capitão na ausência de Kevin de Bruyne, como chegou a ser avançado pela imprensa internacional.
“Falámos com o grupo na segunda-feira e a conversa correu bem. Houve muitas incompreensões e desinformação, pelo que quis contar a minha verdade aos outros jogadores. Agora todos puderam entender o que tinha na cabeça. O tema da braçadeira de capitão não era o problema central, reduzi-lo a isso seria um erro. Sinto-me aliviado por ter podido falar cara a cara e esclarecer tudo. Agora podemos seguir em frente”, apontou Courtois, poupando nos detalhes da polémica.
Apesar desse “secretismo”, o guardião não se inibiu de criticar a forma como foi tratado pelo antigo selecionador belga, falando numa perda de “confiança” entre ambos.
“A temporada de 2023 foi longa e este episódio foi a gota que transbordou o vaso. Eu tinha alguns problemas físicos, mas ainda assim queria jogar com os diabos vermelhos. O treinador não veio falar comigo nem uma vez. Nunca tinha vivido nada assim. Estalei, senti que ele não me respeitava e perdi a confiança nele. Naquele momento, sabia que não havia volta atrás. Sei que não tenho o caráter mais fácil, sou um vencedor e não posso mudar quem sou. Às vezes reagimos com emoção e as coisas voam das mãos. Pode haver algum arrependimento, mas creio que a situação com este treinador tinha chegado demasiado longe”, referiu.
Courtois prosseguiu nas críticas a Tedesco, isto depois de ter falhado o Europeu de 2024 devido à desavença com o treinador ítalo-alemão, de 39 anos, mas também assumiu algum arrependimento pela forma como lidou com esta situação.
“Disseram-se mentiras. Quando o treinador afirmou que tinha feito todos os possíveis para resolver a situação, isso não estava correto. Senti a necessidade de responder a essas falsidades. Se me arrependo de algo? É difícil dizê-lo. Talvez teria atuado de outra maneira com o grupo e os adeptos. Talvez teria chamado algumas pessoas internamente para explicar-lhes como me sentia. Se vou continuar a ser eu mesmo a 100% no futuro? Sim, o meu objetivo é render no campo e demonstrar ao público que continuo a ter muita vontade de jogar na seleção”, salientou.
De resto, Courtois, que é internacional belga em 102 ocasiões, também reagiu ao facto de o guarda-redes Koen Casteels, que assumiu a baliza na sua ausência, ter renunciado à seleção na sequência do seu regresso aos “diabos vermelhos”.
“Entendo que ele não esteja contente por perder o seu lugar como número 1 na seleção. Ele tem direito a tomar as suas próprias decisões. Ele expressou certas críticas, mas não creio que os outros dentro do grupo partilhem da sua opinião. Se alguém tiver algo para me dizer, prefiro que me diga diretamente. É assim que gosto de funcionar”, comentou.
Nesta pausa internacional, a Bélgica vai defrontar a Ucrânia num play-off que irá decidir qual das duas seleções irá ser despromovida para a Liga das Nações B. O primeiro jogo será em Múrcia, Espanha (quinta-feira, às 19h45) enquanto a segunda mão está marcada para domingo, à mesma hora, em Genk.