Coreia do Sul é pedra no sapato e Portugal quer vingar a desilusão de 2002
Coreia do Sul é a única seleção asiática que já venceu Portugal e é o obstáculo que separa as Quinas de novo pleno. Memória de 2002 é traumática e contrasta com o histórico positivo contra equipas da AFC. Seleção está a um ponto de assegurar o primeiro lugar, mas até a derrota pode ser suficiente.
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Recuar ao Mundial"2002 é reviver memórias traumáticas na história da Seleção Nacional. No Extremo Oriente, Portugal entrou na terceira jornada da fase de grupos a precisar de vencer a Coreia do Sul para garantir uma vaga nos oitavos de final. O favoritismo era luso, mas, em Incheon, a festa foi anfitriã. Apito final, 1-0 para os sul-coreanos e a equipa das Quinas eliminada.
É essa a história da única derrota averbada pelos portugueses contra congéneres asiáticas, num balanço de confrontos que até é francamente favorável a Portugal e inspira a equipa de Fernando Santos a tentar replicar um feito alcançado no Inglaterra"1966 e Alemanha"2006: contar por vitórias os três jogos da fase de grupos, fazendo o pleno.
No primeiro caso, a geração dos "Magriços" bateu Bulgária, Hungria e Brasil. No segundo, com Scolari ao leme, Angola, Irão e México foram as vítimas, numa edição que se seguiu ao "desastre" de 2002.
Voltando a olhar para a Coreia, o contexto é, desta vez, diferente. Portugal vai entrar em campo sobre o conforto do apuramento, sendo que quem necessita de ganhar é o adversário, comandado por Paulo Bento. Além disso, os embates com seleções da AFC não abundam no historial português, mas têm corrido bem. Contabilizando jogos de preparação e oficiais, Coreia do Norte, Irão, Kuwait, Arábia Saudita, China e Catar tombaram pelo menos uma vez perante a Seleção, ainda que também haja registo de alguns empates. Em Mundiais, os norte-coreanos perderam mesmo duas vezes, uma das quais no triunfo mais dilatado de sempre (7-0, em 2010) das Quinas na competição. O Irão, por sua vez, somou um desaire (o tal 2-0 de 2006) e um empate (1-1), este já em 2018.
Contas feitas, há motivos mais do que suficientes para que Portugal entre com a confiança em alta no duelo de hoje e possa vingar o que aconteceu há duas décadas. A pressão está toda do outro lado e, se o empate até é suficiente, não há dúvidas de que, na cabeça dos jogadores, estará a soma de mais três pontos, para que se feche a primeira fase com um registo perfeito.
Até a derrota pode chegar
Portugal tem o conforto de três pontos de vantagem sobre o Gana, segundo posicionado do Grupo H, e chega ao duelo com a Coreia do Sul sabendo que um empate bastaria para carimbar o primeiro lugar. Mas a verdade é que até a derrota pode servir à turma de Fernando Santos. Nesse caso, a única ameaça é mesmo o eventual triunfo do Gana sobre o Uruguai. E mesmo aí teria de anular a diferença positiva de três golos de Portugal. Como? Batendo os "charrúas" por 2-0 e os lusos perderem por 1-0.