Treinador do Al-Hilal tornou-se o primeiro técnico português a sagrar-se campeão asiático, batendo o Pohang Steelers, e vai marcar presença no Mundial de Clubes em 2022.
Corpo do artigo
Leonardo Jardim viveu na terça-feira mais um dia de glória na carreira, com a conquista mais importante desde que, em 2017, se sagrou campeão de França.
Quatro anos depois de se ter sagrado campeão francês com o Mónaco, o treinador português junta mais importante troféu à sua carreira, justificando a opção de aceitar o convite para treinar os sauditas
Em Riade, o Al-Hilal por si orientado sagrou-se campeão asiático, batendo, por 2-0, o Pohang Steelers na final da Liga dos Campeões da Ásia (ver texto na página ao lado). Aos 47 anos, o treinador luso-venezuelano, garantiu, deste modo, também a presença no Mundial de Clubes do próximo ano, prova onde também poderá participar o compatriota Abel Ferreira, caso consiga, no sábado, repetir o triunfo na Taça Libertadores ao serviço do Palmeiras.
Contratado em junho passado, com o objetivo claro de vencer esta competição, Leonardo Jardim chegou ao emblema saudita com a equipa já apurada para a fase a eliminar, depois do brasileiro Rogério Micale ter disputado a fase de grupos. A conquista continental chegou ao 13.º jogo à frente do Al-Hilal, onde segue ainda invicto, e na caminhada até ao título o técnico somou outras três vitórias na prova: 2-0 com o Esteghlal (oitavos de final), 3-0 com o Persepolis (quartos de final) e 2-1 com o Al-Nassr (meias-finais).
Para o sucesso de Leonardo Jardim também contribuiu a sua equipa técnica, da qual fazem parte os também portugueses António Vieira, José Barros, Nélson Caldeira e Miguel Mota, além do brasileiro Bira, técnico de guarda-redes.
Contratado a pedido do treinador português, Marega assinou o 2-0 e no final escreveu nas redes sociais: "Dedico o meu golo a todos os nossos fãs". Por sua vez, o capitão Al-Faraj, o primeiro a levantar o troféu no final do jogo, sublinhou: "Somos a melhor equipa da Ásia e trabalhamos muito para chegar aqui e estamos muito satisfeitos por ganhar o título novamente depois de vencê-lo em 2019."
Treinadores portugueses com feito histórico
Até terça-feira, Portugal partilhava com a Argentina o estatuto de únicos países com treinadores campeões da Taça/Liga dos Campeões europeus, Taça Libertadores e Champions África. Com o triunfo de Leonardo Jardim na Liga dos Campeões asiática, os portugueses são os primeiros a terem técnicos campeões em quatro provas continentais. Um feito histórico e uma demonstração da qualidade dos treinadores nacionais, em particular este século.
Artur Jorge, em 1987 com o FC Porto, foi o primeiro treinador luso a sagrar-se campeão continental, com um triunfo épico sobre o Bayern por 2-1, com reviravolta no marcador iniciada com o célebre calcanhar de Madjer e finalizada por Juary. Foi preciso esperar por 2001, para novo título continental, em África. O primeiro de quatro do recordista Manuel José que fez história no Al-Ahly e no Egito. Na Europa, José Mourinho conquistou duas Champions, em 2004 e 2010 com FC Porto e Inter, um feito único entre portugueses, que viram Villas-Boas iniciar a campanha vitoriosa do Chelsea em 2012.
Em 2019 foi a vez de Jorge Jesus fazer história América do Sul ganhando a Taça Libertadores e na época seguinte Abel Ferreira imitou-lhe os passos ao comando do Palmeiras. Este último pode, de resto, repetir o sucesso na grande competição sul-americana já este sábado, quando defrontar o Flamengo na final.