Cheikh Sarr, guarda-redes senegalês que alinha na terceira divisão espanhola, foi expulso após confrontar agressivamente em pleno jogo um adepto que, alegadamente, proferiu insultos racistas na sua direção
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O Comité Disciplinar da Federação Espanhola de Futebol (RFEF) determinou esta quarta-feira uma suspensão de dois jogos para Cheikh Sarr, guarda-redes do Rayo Majadahonda, da terceira divisão daquele país, que foi expulso após confrontar de forma agressiva um adepto do Sestao no sábado, após ter sido, alegadamente, alvo de insultos racistas, que não conseguiram ser confirmados.
Desse modo, além do castigo ao guardião senegalês, cuja equipa também recolheu aos balneários no momento da sua expulsão, aos 87 minutos, numa altura em que perdia por 1-2, foi decretada uma derrota por 0-3 ao Rayo Majadahonda, que também foi multado em cerca de três mil euros e recebeu uma dedução de três pontos na classificação.
Quanto ao Sestao, foi sancionado com uma multa de 6001 euros e terá de disputar os seus próximos dois jogos em casa à porta fechada.
"O jogador Cheikh Sarr foi expulso depois de ter saltado a vedação do perímetro do campo, abandonando o campo na zona atrás da baliza onde se encontrava, e depois agredir violentamente um dos espectadores presentes, sem que se possa determinar o que os espectadores presentes nessa zona disseram contra o jogador. Uma ação que não se ficou por aqui, tendo agarrado um dos espectadores de forma violenta e tendo de ser afastado pelos seus colegas de equipa e pelos espetadores presentes", pode ler-se no relatório do árbitro sobre o incidente.
O castigo ao jogador também foi agravado pelo facto de se ter dirigido ao árbitro de forma violenta, “com clara intenção de agredir, tendo que ser afastado pelos colegas presentes no campo”, segundo a mesma ata.
Refira-se que Sarr, dias depois do episódio, garantiu nunca ter tido a intenção de agredir ninguém no relvado, mas apenas questionar a razão do alegado comportamento racista do adepto e da sua expulsão por parte do árbitro.
De resto, o caso motivou uma reação solidária de Vinícius Júnior, extremo do Real Madrid e principal cara na luta contra o racismo na LaLiga, à qual Sarr já agradeceu publicamente.