Confiança de Jorge Jesus ajuda João Félix: "Não me surpreende o que tem demonstrado"
Vive o melhor início da carreira, potenciado pela aposta de JJ e a inspiração de CR7. O golaço ao Al Zawraa, na Liga dos Campeões 2 da Ásia, foi o oitavo em nove jogos pelo Al Nassr. Contando com o bis à Arménia pela Seleção Nacional, soma dez golos em onze jogos em 2025/26.
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O golaço apontado na quarta-feira aos iraquianos do Al Zawraa, na Liga dos Campeões asiática 2, confirmou uma evidência: João Félix atravessa o melhor início de época da carreira, com oito golos (e duas assistências) em nove jogos pelo Al Nassr. O registo sobe para os dez golos em onze jogos, se forem contabilizadas as partidas efetuadas pela Seleção Nacional.
Salta à vista a boa fase do internacional português, com uma atitude em campo que deixa transparecer uma recuperação do gosto pelo jogo, tudo se devendo a uma questão de motivação e confiança, de acordo com um "grande fã": Hélder Ferreira, extremo português de 28 anos que na época passada testemunhou de perto o brilhantismo do compatriota, autor de um bis na goleada do Chelsea ao Noah (8-0), na fase regular da Liga Conferência.
"Gosto muito do talento e do futebol dele, e foi a minha primeira opção para ficar com a camisola. Graças a Deus consegui. Não me surpreende o que tem demonstrado no Al Nassr, e acredito que o facto de Jorge Jesus acreditar muito nele e dar-lhe responsabilidade, mas com liberdade e à-vontade, tem ajudado muito, porque nas equipas onde passou anteriormente não teve isso, essa confiança do treinador nas suas capacidades", considera Hélder Ferreira, sem esquecer a "inspiração" que é jogar ao lado de Cristiano Ronaldo.
Nessa partida de 7 de novembro de 2024, João Félix foi "o foco principal". "Toda a gente realçou a qualidade que ele tem e muitos dos meus colegas perguntaram porque é que não era assim em todos os jogos. Eu sempre disse que faltava darem-lhe continuidade, porque tecnicamente é muito bom, a inteligência em campo, a ocupação dos espaços, o sítio onde receber a bola entrelinhas para depois isolar o colega. É inteligente, adapta-se facilmente a qualquer posição, a qualidade dele vai sempre sobressair", enaltece o extremo - que ocupa o sétimo lugar na lista de melhores marcadores portugueses em 2025, com 11 golos, imediatamente atrás de... João Félix, que tem 13.
Contexto não retira pressão
A decisão de João Félix em mudar-se para a Arábia Saudita aos 25 anos, no último verão, depois de seis épocas consecutivas a jogar nos principais campeonatos da Europa, mereceu muitas críticas e comentários de desaprovação, no que foi por muitos entendido como uma fuga a um contexto competitivo em teoria menos intenso e mediático. Hélder Ferreira, porém, não concorda com essa visão. "Mais do que nunca, o futebol na Arábia Saudita envolve também uma grande pressão e mediatismo. Estão lá a atuar grandes estrelas, grandes nomes - e ele agora é um deles. Há muita competitividade e o João Félix tem de enfrentar centrais de grande nome, de topo mundial, que representaram grandes clubes na Europa. Vai ter sempre de conviver com a pressão", salienta o extremo português, que não tem perdido nenhum jogo do compatriota.
"Vejo sempre, estou sempre atento, porque é um futebolista que gosto muito de ver jogar. Ele tem-se sentido bem, está confiante e o facto de ter começado bem dá-lhe ainda mais motivação. É bom até para a nossa Seleção, porque ele quer muito ajudar o nosso país a ter sucesso e a conquistar mais troféus", sentencia.