Conceição compara o seu FC Porto e o Milan: "Mesmo com menos qualidade..."
Declarações de Sérgio Conceição em antevisão ao Lecce-Milan, jogo marcado para sábado (17h00) e relativo à 28.ª jornada da Serie A
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Sente que os jogadores querem dar a volta a este momento? “Sinto, de verdade. Nestes dois meses, tive aqui dias difíceis nesse sentido, mas agora estou convencido de que toda a gente está muito... Quando cheguei, tive dez dias incríveis com a Supertaça. Depois contra o Cagliari perdemos aquela alma e aquela grande energia que ganhámos em Riade. No que toca à média de pontos, estávamos atrás do Nápoles na liga, depois com o Zagreb houve muitos erros, meus e dos jogadores. Depois desse jogo também houve os jogos do Feyenoord, com episódios da má sorte... Não posso excluir uma coisa de outra. Theo [Hernández] viu cartão vermelho [no jogo que ditou a eliminação do Milan na Liga dos Campeões], mas podíamos ter marcado dois ou três golos na primeira parte. Naquele momento estávamos no jogo eu estava convencido de que íamos ganhar. Com a expulsão o jogo mudou e nós perdemos aquela alma que não podemos perder, caso contrário, entramos num buraco do qual nunca saímos. Isto são só palavras, eu sei, mas custam aos adeptos e a mim. Custa-me estar aqui com vocês [jornalistas] e ver alguns de vocês no telemóvel”.
Negatividade à volta do Milan: “O Arsenal que venceu o PSV [7-1] é o mesmo Arsenal com quem perdi nos penáltis no ano passado. Não é que de um dia para o outro eu já não perceba nada de futebol, tive uma jornada antes de chegar até aqui. Eu tenho de justificar todos os dias porque é que sou o treinador do Milan e há problemas de negatividade a todos os níveis, mas temos de olhar para a frente e vencer. Eu disse que a nossa semana de trabalho foi boa, mas isso não quer dizer que amanhã vamos ganhar 4-0 contra o Lecce, talvez. Não devemos olhar para o passado, mas sim para o futuro e o futuro é amanhã”.
O que gostaria de ver do seu FC Porto que o atual Milan não tem? “Eu falei sobre isso quando vi o jogo do Arsenal. A solidez e o facto de a equipa ser compacta, mesmo tendo menos qualidade do que os jogadores que eu tenho hoje, era fantástico. Deve haver um comportamento harmonioso, no qual toda a gente sabe o que tem de fazer para roubar a bola ao adversário. Todos os jogadores devem ter o comportamento de um soldado e está a ser mais difícil passar essa mensagem. Agora estamos a trabalhar com aqueles que têm jogado mais, começámos esta semana. Se veremos algo diferente amanhã? Estou a trabalhar nisso. Se será um Milan melhor depois de uma semana? Ok, aceito o desafio (risos)”.