Luís Freitas Lobo analisa o País de Gales, adversário de Portugal na meia-final do Euro'2016.
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Vejo-o entre os três melhores jogadores deste Euro: Ramsey. Ele faz jogar mais a seleção de Gales do que Bale. Gere toda a ligação defesa-ataque-defesa, com técnica e rotação tática. Viu um segundo amarelo e não joga contra Portugal.
Ponderando o seu substituto, que acho dever ser Edwards (King seria mais tentar pedir o mesmo a um jogador sem o nível de Ramsey), o mais provável que penso poderá suceder, visto este mesmo Ewards ser estruturalmente um jogador mais de contenção, que se irá juntar a Joe Allen e ao trinco Ledley no meio-campo, uma coisa será inevitável: Portugal irá defrontar uma seleção de Gales, no plano e na estratégia, que será a mais defensiva e fechada que já se apresentou neste campeonato.
Ou seja, acho que, sem Ramsey, os galeses vão endurecer as posições defensivas do meio-campo à defesa (o 3x5x2 vai ser mesmo um 5x3x2 baixo) e deixar na frente Bale, no apoio a um ponta de lança móvel (Robson-Kanu) ou fixo, de choque (Vokes).
Perante uma oportunidade impensável de chegar à final, Gales não vai querer perder expondo-se. Sem Ramsey, não tem ninguém parecido para fazer essa saída de bola. Por isso aposto que criará uma caverna tática; vai fechar-se nela e só sairá para caçar quando o seu tempo tático estiver melhor no jogo.