Collina com "saudades" de arbitrar: "Quando és credível, até te perdoam erros"
Antigo árbitro italiano ainda trabalha nesse meio, mas como dirigente da FIFA
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Pierluigi Collina, lendário árbitro italiano e atual presidente do comité de arbitragem da FIFA, admitiu na sexta-feira que sente falta da sua antiga profissão, ainda que, aos 64 anos, continue a trabalhar nesse meio.
“Posso dizer que sou privilegiado, trabalho naquilo que é a minha paixão: lidar com árbitros. Tenho saudades de arbitrar e fico surpreendido de agora haver crianças que me conhecem sem nunca me terem visto a arbitrar”, admitiu, à margem do Festival de Trento, revelando como deu entrada no mundo da arbitragem: “Eu tirei um curso de árbitro só para tentar. Senti-me aceite, tudo correu suavemente, mas os meus amigos não percebiam o que me levava a viajar por toda a Itália para arbitrar. Quando tens 20 e tal anos, normalmente só pensas em divertir-te".
Collina, que não tem cabelo devido a uma doença chamada alopecia, que desenvolveu enquanto jovem, também falou um pouco sobre esse momento da sua vida: “Eu tinha 25 anos e, naqueles dias, quando entrava em algum lado, toda a gente virava a cabeça. Era algo estranho, mesmo para os árbitros. Eles fizeram-me um teste, enviaram-me para apitar um jogo em Latina só para verem o que acontecia, mas ninguém queria saber de um árbitro sem cabelo”, contou.
De resto, o antigo árbitro, que ainda hoje é um dos mais respeitados de sempre, elegeu Ronaldo Nazário como o jogador mais divertido que arbitrou e foi convidado a explicar como lidar com um jogo de alto risco.
“Para os árbitros, é uma descarga de adrenalina, podemos arriscar-nos se cometermos um erro, mas não há nada mais bonito do que arbitrar um grande jogo. Se construíres credibilidade, até te perdoam alguns erros”, concluiu.