Cinco dos sete jogadores mais valiosos nascidos no século XXI jogam na La Liga
Barcelona e Real Madrid apostam cada vez mais nos jovens talentos, nomeadamente do futebol brasileiro. A estratégia dos espanhóis salta à vista e teve o expoente mais recente com Vinícius Júnior, que custou 45 milhões em 2018 e, cinco anos depois, já vale três vezes mais. Depois do Real, agora é a vez do Barça.
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Dos sete futebolistas mais valiosos nascidos no século XXI, cinco pertencem aos quadros de equipas espanholas, mais concretamente de Barcelona e Real Madrid. Se nos merengues alinham Bellingham (primeiro da lista), Rodrygo (5.º) e Camavinga (7.º), os catalães contam com Pedri (quarto mais valioso) e Gavi (6.º).
Logo à partida, constata-se uma diferença de fundo entre os dois clubes: se os três elementos citados do Real Madrid foram contratados no estrangeiro (Alemanha, Brasil e França, respetivamente), os do Barcelona foram formados em casa, na "cantera". O Real também tem uma escola afamada, mas nos últimos anos o clube tem preferido, mais do que apostar nos jovens da casa, contratar as maiores pérolas que vão surgindo por esse mundo fora.
Além dos três citados, há que realçar Endrick (16 anos), contratado em dezembro passado ao Palmeiras por 37,5 milhões de euros, assim como Arda Guler, de 18 anos, que chegou do Fenerbahçe (Turquia) por 20 M€. Dois elementos que são apontados como potenciais candidatos, a médio prazo, a estarem entre os melhores do mundo.
Sem falar no mais relevante de todos, Vinícius Júnior, que tem 23 anos, mas não se encontra na lista porque nasceu ainda no século XX. Foi ele a marcar esta inflexão na política merengue, e também a prova de que a estratégia de Florentino Pérez tem tudo para dar frutos. Depois de um relativamente curto período de adaptação, Vinícius foi um dos principais destaques na conquista da Liga dos Campeões de 2021/22 e, também na campanha na época seguinte (2022/23).
Comprado por 45 milhões em 2018, o avançado terá um valor de mercado (segundo o site especializado Transfermarkt) da ordem dos 145 M€, o que significa que triplicou já a sua cotação: além de um rendimento desportivo à altura do investimento, financeiramente a aposta não poderia ter sido mais bem sucedida.
Como 31 milhões se transformam em 200
O rival da Catalunha não demorou a perceber que esta árvore pode dar bons frutos e, já com Deco na liderança das operações de mercado, pôs mãos à obra neste defeso. Vítor Roque, ponta-de-lança de 18 anos do Athletico Paranaense, custou 30 milhões de euros aos catalães e, caso cumpra uma série de objetivos estabelecidos no contrato, pode custar mais 31 M€. Um investimento que, porém, apresenta uma margem de risco mínima. Isto porque, conforme explicava o empresário André Cury em entrevista ontem dada ao "Sport", os bónus só serão pagos pelo Barça caso os desempenhos do avançado correspondam na íntegra às expectativas geradas. "Esta operação foi espetacular porque, se o Barça acabar por pagar todos os bónus, isso quer dizer que o jogador teve um rendimento esplêndido e que o seu valor de mercado, nesse caso, vai subir até aos 200 milhões de euros, ou algo muito próximo disso", comentou André Cury, lembrando que os catalães já seguiam o jogador desde 2019 e que, nesta altura, havia muitos mais clubes em cima do jogador, nomeadamente ingleses.
Pelas razões já apontadas, os dois "grandes" espanhóis são, por estes dias, os grandes pesquisadores que vasculham o mercado brasileiro à procura das pérolas que por ali mais brilham. O Barcelona, aliás, já tenta a contratação de Estevão William, médio de 16 anos do Palmeiras, conhecido por Messinho, dadas as semelhanças com o argentino que marcou o futebol mundial nas últimas décadas.