Central do Leipzig concorda com Rodri: "A saúde vem primeiro do que os milhões"
Willi Orbán lançou um comunicado a concordar com o médio-defensivo do Manchester City, que avisou que os jogadores de alto nível começaram a ponderar fazer greve caso a FIFA e a UEFA continuem a aumentar os jogos do calendário desportivo
Corpo do artigo
Willi Orbán, central do Leipzig, emitiu esta quinta-feira um comunicado em que critica a FIFA e a UEFA pelo aumento do número de jogos do calendário desportivo através da reformulação das provas europeias e do Mundial de Clubes, concordando plenamente com o discurso recente de Rodri sobre o assunto.
Já depois de o médio-defensivo do Manchester City ter avisado que o progressivo adensamento do calendário já levou os jogadores de alto nível, de um modo geral, a ponderarem fazer greve, o internacional húngaro, de 31 anos, deu-lhe toda a razão, admitindo que, apesar de ter sempre a vontade de jogar futebol, o corpo não aguenta com uma época tão exigente ao nível físico.
Este comunicado de Orbán surge no mesmo dia em que o Leipzig vai iniciar a sua caminhada na fase regular da Liga dos Campeões - que passou a ter oito jogos em vez dos seis da antiga fase de grupos, mais dois para algumas equipas antes dos oitavos de final – com uma visita ao Atlético de Madrid (esta noite, às 20h00).
Leia o comunicado na íntegra:
"Rodri tem razão: há demasiados jogos. A Liga dos Campeões começa hoje para nós - uma longa viagem que, esperamos, não termine mal em termos de saúde.
Adoro futebol, adoro a Liga dos Campeões, adoro jogar pelo meu país, a Hungria, perante multidões em Budapeste, adoro a Bundesliga. Em suma: adoro o meu trabalho e tenho o grande privilégio de poder transformar o meu hobby na minha profissão.
Mas: o nosso trabalho envolve desempenho físico e esforço - e há limites naturais para isso. Porque mesmo que o meu coração queira mais e mais futebol, o meu corpo não consegue acompanhar. Na minha opinião, chegámos a um ponto em que isso pode tornar-se perigoso para a nossa saúde.
O número de jogos para os jogadores de topo que jogam regularmente pela seleção nacional, que jogam a nível internacional - e que em breve também vão jogar num Campeonato do Mundo de clubes - está absolutamente no limite. Quase não há espaço para o corpo recuperar. E isto sem falar na saúde mental. Mas é claro que o jogador é afetado quando está constantemente a viajar para dar o seu melhor. Os componentes são acrescidos. Tal como o facto de o desempenho desportivo poder ser afetado e, consequentemente, o jogo.
É por isso que só posso concordar com Rodri: há demasiados jogos e nós, jogadores, temos de estar muito atentos a isso esta época. Porque não importa quantos milhões alguém ganha neste desporto: os limites físicos são reais - e a saúde deve estar sempre em primeiro lugar”.