Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, deu esta sexta-feira uma entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, na qual voltou a criticar fortemente a ideia da Superliga e explicou a necessidade das medidas que o órgão teve de tomar por conta da invasão russa à Ucrânia
Corpo do artigo
Sobre a Superliga, que ainda fará parte das ambições dos presidentes da Juventus, Real Madrid e Barcelona para o futuro, Ceferin voltou a descartar que a ideia alguma vez se torne realidade e reiterou que os três clubes envolvidos não serão prejudicados nas competições da UEFA pela ligação ao projeto.
"Se eles [Juventus, Real Madrid e Barcelona] estabelecerem que a UEFA é um monopólio, podem jogar a sua própria UEFA, jogar as suas competições. Porque é que querem ficar na nossa? Querem estar aqui e ali, mas ali não existe. Acho que eles [presidentes dos três clubes] também acreditam que o mundo é plano... Vamos parar de chamar Superliga, vamos chamá-la pelo que é, Liga Terrível. Mas mesmo que tenhamos problemas com esses três [clubes], todos em campo terão sempre os mesmos direitos. As nossas competições são saudáveis, sem preferência para ninguém", garantiu.
Ceferin não escapou ao tema da invasão russa à Ucrânia, que apelidou de "guerra entre irmãos", com o líder máximo da UEFA a revelar que as sanções aplicadas pelo organismo por conta do conflito, apesar de necessárias, custaram-lhe bastante.
"São os desfavorecidos que sofrem, não os políticos. Na Jugoslávia ninguém fez nada, foi terrível. Para nós, eslovenos, durou, felizmente, apenas dez dias. E não, não tenho muito mais a dizer, tinha 23 anos na época", começou por recordar Ceferin, antes de revelar que não acredita que Vladimir Putin, presidente russo, seja "fã de futebol".
"O meu coração chora por ter de punir os atletas, esta guerra não é deles, eles não a decidiram nem a quiseram. Mas devemos mostrar união pela paz. Cancelamento do contrato com a Gazprom [empresa russa de exportação de gás natural]? Economicamente custou muito caro. Para nós é um golpe na carteira, mas pessoas estão a ser mortas. Converso todos os dias com Pavelko, presidente da Federação ucraniana. Avisei Dyukov, da Federação russa de futebol, antes de decidir[e disse-lhe:], não sou um covarde", concluiu Aleksander Ceferin.
14672671
14672400