Ceferin sobre defensores da Superliga: "Não percebo o que os está a impedir"
Numa extensa entrevista ao jornal The Guardian, o presidente da UEFA questionou os promotores da Superliga Europeia sobre o que os está a impedir de criar a prova
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Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, concedeu este domingo uma extensa entrevista ao jornal The Guardian, na qual abordou vários tópicos da atualidade desportiva.
Desde logo, o dirigente máximo do órgão que tutela o futebol europeu reagiu ao facto de o Tribunal de Justiça da União Europeia, em dezembro, ter decidido favoravelmente à criação da polémica Superliga Europeia, defendendo que o comunicado lançado sobre essa decisão foi contraditório.
“O que mais me surpreendeu e desiludiu foi o comunicado de imprensa, que era completamente diferente da decisão. A decisão é melhor para a UEFA do que para a outra parte. Tudo o que a A22 [empresa promotora da Superliga] faz é andar por aí, filmar-se a si própria e tentar dar entrevistas. Entretanto, nós gerimos o futebol”, salientou.
“A história da chamada Superliga é a história da nossa sociedade, é a questão de saber se o dinheiro pode comprar tudo. Conheci uma senhora idosa na rua, no meu país, a Eslovénia, depois da sua primeira tentativa [de implementar o projeto] em 2021. Tinha 80 ou 90 anos e já não acompanhava o futebol há muito tempo. Parou-me e disse: ‘Obrigado por ter impedido estes sacanas’. Se eles têm recursos suficientes para viajar e fazer este espetáculo dos Monty Python, tudo bem. Eu não quero saber e a comunidade futebolística também não. Eles não têm ninguém. Tinham 50, 20, 200.... São piadas que não nos interessam", prosseguiu, desvalorizando os relatos dos representantes da A22, que garantem já terem 20 clubes interessados em integrar a prova.
A fechar o tema, Ceferin questionou os promotores da Superliga Europeia sobre o que os está a impedir de criar a prova.
"Nunca dissemos que não podem jogar a sua própria competição. Eles falam em criar algo e depois são os primeiros a pedir para jogar na nossa competição. Peço-lhes que não joguem na nossa competição e que comecem a trabalhar na sua própria prova, tendo em conta o número de clubes que têm. Não percebo o que os está a impedir. Há um palhaço de uma das federações que liga diariamente para as outras federações e para os meios de comunicação social, reclamando: ‘Isto é uma conspiração’, sem me dizer nada a mim nem à direção da UEFA. Outras federações informaram-nos do seu comportamento e riem-se dele e das suas ações”, completou.