Tempo definido judicialmente para o líder da UEFA retirar os castigos aplicados Real Madrid, Barcelona e Juventus, pelo intento em criar a Superliga, está a terminar
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Ordenado judicialmente a anular as sanções impostas ao trio fundador da Superliga, por um tribunal de Madrid, o presidente da UEFA está em vias de ser acusado do crime de desobediência, avança o jornal espanhol AS. O órgão continua sem concretizar a ordem e comunica-a oficialmente e o prazo atribuído termina esta segunda-feira.
Caso Ceferin não cumpra a deliberação judicial, o jornal espanhol, que sustenta a informação com base em consulta de fontes ligadas ao processo, detalha que a procuradoria espanhola iniciará um processo de investigação ao esloveno por desrespeito, cujo desenvolvimento o pode levar ao banco dos réus.
O líder da UEFA foi instado, em 20 de setembro, pelo juiz Manuel Ruiz de Lara, do 17.º Tribunal de Madrid, a retirar os castigos aplicados a Real Madrid, Barcelona e Juventus - tendo uma semana para tal - por terem procedido à criação da Superliga, concorrencial à Liga dos Campeões.
Através de um acórdão publicado pela instituição judicial, Ruiz de Lara indicara que a UEFA "não provou que tenha procedido à anulação do processo disciplinar" contra Real Madrid, Barcelona e Juventus e, por isso, atuará judicialmente se mantiver "uma vontade obstrutiva".
"A passividade e omissão da UEFA relativamente às medidas cautelares adotadas e as injunções emitidas apenas confirmam uma estratégia rebelde destinada a frustrar o cumprimento das decisões judiciais, a fim de tornar efetivo o perigo de atraso processual que tenta evitar com medidas cautelares", foi escirtono acórdão.
O juiz do 17.º Tribunal de Madrid frisara que a UEFA está "fora do Estado de direito, na promoção de práticas que comprometem o princípio da livre concorrência no mercado para a organização de competições de futebol profissional na União Europeia", lê-se.
Em 30 de junho, o Tribunal de Justiça de Madrid já havia declarado, "com efeito imediato", que a UEFA estava obrigada a "suspender as ações tomadas contra todos os clubes fundadores da Superliga Europeia" - Real Madrid, Barcelona e Juventus -, além de ter que "arquivar o processo disciplinar".
A mesma deliberação do tribunal da capital do país-vizinho estipulou também a "eliminação das penalizações e restrições impostas aos restantes nove clubes fundadores para que estes evitem a ação disciplinar da UEFA".