Domingos e Dionísio Castro foram os mais populares dos gémeos portugueses no atletismo. Sérgio e João Vieira continuam no ativo na marcha
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Leila, Liina e Lily Luik são as primeiras trigémeas da história do desporto mundial a competir em Jogos Olímpicos. E logo na mesma prova: a maratona feminina, que no domingo foi para a estrada com três portuguesas em ação, Dulce Félix, Jéssica Augusto e Sara Moreira. Mas deixemos as portuguesas de lado.
Leila, Liina e Lily têm 30 anos de idade, são da Estónia, trigémeas verdadeiras, e nas muitas entrevistas que deram antes destes Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, disseram querer passar a meta da maratona juntas, apesar dos níveis competitivos diferentes.
Leila tem como melhor tempo na maratona 2:37:11 horas, enquanto Liina 2:39:42 horas e Lily 2:40:30 horas, qualquer uma das marcas, de qualquer forma, longe das 2:17:42 horas que a britânica Paula Radcliffe detém ainda como recorde mundial.
"Gostávamos de correr juntas do princípio ao fim e terminar ao mesmo tempo, mas sabemos que, se quisermos bater as nossas marcas pessoais, teremos provavelmente de fazer corridas diferentes. Vamos ver quando chegarmos lá. O que podemos garantir é que vamos correr com um sorriso no rosto", declarou à Imprensa brasileira uma das simpáticas irmãs.
Apesar de muito unidas, as manas Luik vivem neste momento longe umas das outras, com os seus respetivos namorados/maridos, mas encontram-se regularmente para fazerem treinos de conjunto e uma vez por ano vão estagiar em altitude no Quénia.
Desde que começaram a destacar-se no atletismo, há apenas seis anos, que as irmãs se tornaram vedetas no seu país, com aparições em capas de revistas, produções de moda e um bom lote de patrocinadores. Antes disso, eram bailarinas profissionais de hip hop e dança contemporânea. "No futuro, quando deixarmos o atletismo, gostávamos de ter um negócio juntas, eventualmente um café", dizem.
Há um casal de gémeas que também faz sucesso no Rio"2016: as inseparáveis atletas de natação sincronizada Bia e Branca Feres, de 28 anos.
"Nós amamos ser iguais! Nunca competimos entre nós, muito pelo contrário. Sempre fomos as melhores amigas uma da outra, companheiras em tudo", afirma Bia, citada no site oficial das também apresentadoras e modelos. "É uma sintonia natural mesmo. Somos tão parecidas que às vezes até erramos as mesmas coisas na coreografia. O nosso DNA já veio sincronizado", acrescenta Branca.
Os 200 gémeos em Jogos Olímpicos
E porque é que dizemos que Leila, Liina e Lily Luik são as primeiras trigémeas a competir em Jogos Olímpicos? Porque o americano Bill Mallon o diz e ele é uma sumidade como historiador especializado em Jogos Olímpicos, com diversos livros publicados sobre o assunto. No seu site, "Olympstats", Bill Mallon garante que nunca antes existiram trigémeos em Jogos Olímpicos, quer a competir na mesma quer em diferentes edições, o mesmo não se podendo dizer relativamente a gémeos.
Segundo os dados recolhidos por este historiador, foram já 200 os irmãos gémeos a competir na maior competição desportiva mundial, 188 dos quais na mesma edição e 180 deles gémeos verdadeiros.
Portugal tem a sua quota parte no assunto e não é preciso ir longe. Nestes Jogos Olímpicos, Sérgio e João Vieira competiram nos 20 quilómetros marcha e já em 2008 tinham estado juntos em Pequim na mesma prova. Aliás, há mais um casal de irmãos portugueses, ainda que não sejam gémeos, neste momento no Brasil: os velejadores Gustavo Lima, de 39 anos e quatro participações olímpicas, e Jorge Lima, quatro anos mais novo e com uma participação.
Olhando para trás, Pedro e Paulo Miguel Curvelo e ainda Domingos e Dionísio Castro participaram em provas olímpicas de corrida, os primeiros em velocidade e os segundos no meio-fundo e na maratona, na décadas de 1980 e 1990. Aliás, mais uma curiosidade, Bill Mallon chegou a fazer a contagem por modalidade, tendo chegado à conclusão que é no atletismo que mais gémeos têm aparecido nas olimpíadas: 34, seguidos de 22 na canoagem e 12 na luta.
Para os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, daqui por quatro anos, Portugal já tem mais um casal de gémeos na calha: Ivo e Rui Oliveira, esperanças olímpicas no ciclismo de pista. Aliás são já os primeiros portugueses a conquistar medalhas em competições internacionais nas provas de pista.
"Não nos consideramos adversários. Quando corremos juntos é muito bom, porque percebemos como podemos ajudar-nos um ao outro. É uma vantagem que muita gente não tem", afirmou Ivo Oliveira recentemente ao jornal "Expresso".
Mãe e filho atiram de pistola
Mas o Rio"2016 tem outra particularidade relativamente a familiares. Pela primeira vez, uma mãe e um filho competiram nos mesmos Jogos Olímpicos, no caso os atiradores (pistola) da Geórgia Nino Salukvadze, de 47 anos, que completou a sua oitava participação em olimpíadas (foi campeã olímpica ainda pela União Soviética em 1988) e o filho estreante Tsotne Maachavariani, de 19 anos.
O pai, Vakhtang Salukvadze, é o treinador da dupla que foi, no Rio de Janeiro, mais falada por ser caso de família do que pelos resultados alcançados (já terminaram a sua participação)
Segundo a base de dados do historiador Bill Mallon, já houve 70 casos de pais/filhos a competir nos mesmos Jogos Olímpicos, mas nunca uma mãe e um filho. Pai/filho já ocorreu 56 vezes e pai/filha 12 vezes desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896, em Atenas, na Grécia.
O arqueiro Di Caprio
Não é gémeo de Leonardo DiCaprio, nem sequer irmão, mas bem que parece. Brady Elisson, atleta dos Estados Unidos do tiro com arco, deixou os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro com uma medalha de prata e, apesar do bom desempenho, tornou-se mais famoso pelas parecenças com o ator de Hollywood. Nas redes sociais, foram muitos os comentários e montagens com as caras do arqueiro e o vencedor do Óscar para o melhor ator de 2016, com o seu papel no filme "O Renascido".