Selecionador do Irão foi questionado sobre a demora na divulgação da lista final e sobre "forças" externas para não levar Sardar Azmoun, jogador que contestou publicamente o regime iraniano
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Carlos Queiroz, técnico português que orienta a seleção do Irão, já está no Catar, e à chegada ao país anfitrião do Mundial falou aos jornalistas, reconhecendo que tenta evitar que o momento conturbado que o Irão atravessa, em termos de direitos humanos, afete a seleção.
A conferência para anunciar a lista de convocados e o treino de hoje foram cancelados, o que levou a surgirem rumores que se deveu a forças externas para que o técnico riscasse da lista Sardar Azmoun (do Bayer Leverkusen), um jogador que já foi muito crítico, em público, sobre o regime do Irão.
"Forças para riscar da lista o Sardar Azmoun? São rumores. O Sardar é um de nós. Não estou a esconder a situação, é claro que há algumas questões, alguns problemas por trás da equipa, temos de tentar resolvê-los e encontrar uma solução. Trago sempre as melhores soluções. Isto não é o treinador, não é um jogador, é a seleção do Irão, e faço as escolhas pelo melhor para a seleção do Irão. Somos profissionais do futebol. A motivação é algo simples, somos jogadores profissionais. Assim como engenheiros, médicos, jornalistas, agricultores, nós somos profissionais, mas também trazemos felicidade e alegria. O que fazemos e dedicar-nos, com mentalidade vencedora, e tentar alcançar o sucesso. Temos a responsabilidade de sermos modelos para a sociedade. Temos de estar unidos, jogamos para as pessoas e para o futebol. Partimos com o Irão nos nossos corações", defendeu Carlos Queiroz.
"Depois das observações, ontem à noite decidi finalizar a lista de 25 jogadores. Decidi trazer quatro guarda-redes, não só porque merecem, mas também porque são um bom apoio para a preparação. Estes jogadores são os que neste momento não dão maior equilíbrio à equipa. Individualmente, foi muito difícil deixar alguns jogadores fora da lista. Foi uma decisão dura e difícil, porque esses jogadores também mereciam. Mas precisávamos de equilíbrio e profundidade no plantel. Espero não ter mais lesões", juntou.
Habituado a grandes provas, o calendário e o curto espaço de tempo para preparar a seleção foram alvo das críticas de Carlos Queiroz: "Todos entendem que isto não é uma preparação adequada para um Mundial, mas foi o possível. Mas é a situação real e a situação do Catar depois da covid. De acordo com as limitações e condicionantes tentaremos o nosso melhor."
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