Carlos Queiroz crítico da AFC: "Tenho perguntado aos cozinheiros como fazer uma omelete sem ovos"

Seis países asiáticos, incluindo Omã, treinado por Carlos Queiroz, lutarão nos próximos por duas vagas no Mundial de 2026. No entanto, Arábia Saudita e Catar parecem partir em vantagem sobre os restantes países. Ora, as duas seleções jogarão em casa, ou seja, recebem os dois "mini-grupos" que disputarão a passagem.

O técnico português mostrou-se crítico quanto à decisão da Confederação Asiática de Futebol (AFC), anunciada em junho e sem revelar quaisquer critérios de seleção. "[o apuramento] Seria um milagre nesta situação complicada. Não há estádios no Japão ou no Kuwait onde pudéssemos jogar? Talvez as pessoas que organizaram isto tenham uma visão diferente do futebol", começou por dizer ao "The Guardian".

"Eu sabia da situação quando aceitei o cargo. O que podemos dizer? Temos de jogar em casa de uma das equipas que está a competir. Colocaram os sauditas na Arábia Saudita e o Catar no Catar. Se não conseguem ver que há algo de errado nisso, então quem são os jogadores e os treinadores para fazer comentários?", continuou o selecionador de Omã, que também visou o calendário, favorável às equipas da casa.

"Jogamos contra o Catar e voltamos a jogar três dias depois, o Catar joga seis dias depois e já sabe o resultado e o que precisa de fazer. Isto nunca aconteceu antes. As pessoas que elaboraram os regulamentos não pensaram nisto e não prestaram atenção. Quando há um Mundial, há sempre um anfitrião e isso nós podemos compreender: pagam por isso, constroem os estádios e tudo o resto. Mas fazer isso no meio da competição, é estranho que os responsáveis não se sintam desconfortáveis", afirmou, concluindo de seguida:

"Temos jogadores em Banguecoque que jogam no domingo, mas os dias da FIFA [pausa internacional] só começam na segunda-feira. Então eles viajam, chegam na terça-feira e jogam na quarta-feira. Tenho perguntado aos cozinheiros daqui como fazer uma omelete sem ovos."

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