Caos em Nápoles: oito detidos e o Eintracht acusa italianos, que visam Ceferin e Meloni
Nápoles viveu momentos de violência entre adeptos italianos e alemães, com estragos na cidades, um carro da polícia incendiado, esfaqueamentos e pancadaria
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O antes e depois do Nápoles-Eintracht Frankfurt foi de caos na cidade do sul de Itália, com centenas de adeptos alemães a deslocarem-se a Nápoles mesmo sem bilhetes. Houve agressões, violência e destruição nas ruas, esfaqueamentos, um carro da polícia incendiado, e pouca gente inocente.
Apesar de serem os alemães os mais mal-vistos em toda a situação, a coluna dos adeptos do Eintracht seguia pacificamente escoltada pela polícia, até adeptos do Nápoles os provocarem e atacarem. Já no dia da chegada a Nápoles, adeptos do clube italiano atiraram pedras e garrafas aos autocarros cheios de alemães que os transportavam do aeroporto ao alojamento em que ficaram. Já depois do jogo, quando os alemães estavam "barricados" nos seus alojamentos rodeados de forte aparato policial, os adeptos italianos aproximaram-se várias vezes para os atacar.
Segundo os últimos relatórios, houve oito detidos, cinco italianos e três alemães. Dois alemães foram esfaqueados e até um comentador do Canal Plus, um ex-jogador (Grégory Sertic), foi agredido ao ser confundido com um alemão.
O Eintracht Frankfurt reagiu em comunicado, atacando os italianos
Já esta quinta-feira, o Eintracht Frankfurt reagiu aos incidentes, num comunicado com palavras de Philipp Reschke, membro do conselho de administração e responsável pelas relações com os adeptos do clube alemão.
'O caos e a improvisação substituíram a organização que tínhamos preparado. A polícia confirmou que o ataque na cidade veio dos fãs do Nápoles, mas isto não justifica a violência que mais tarde eclodiu de ambos os lados. As proibições não levam a lado nenhum, privam os adeptos de uma tal partida e não impedem de qualquer forma certas pessoas de se juntarem. Lamentamos profundamente os acontecimentos que tiveram lugar em Nápoles. Não há absolutamente nada que justifique esta violência... é inaceitável. Prejudica o futebol, prejudica o Eintracht Frankfurt e prejudica os nossos esforços para defender os adeptos que querem assistir a um jogo sem restrições no estádio", afirmou, referindo-se ao facto de o governo italiano ter proibido a venda de bilhetes aos adeptos alemães por alegadas questões de segurança.
De Laurentiis ataca Ceferin, apela a Von der Leyen e pede a Meloni para ser como Margaret Thatcher
Dino de Laurentiis, presidente do Nápoles, atacou as altas instituições do futebol, nomeadamente Aleksander Ceferin, presidente da UEFA: "Não falo de Ceferin, ele comenta com as suas opiniões. Contudo, peço ao presidente [da Comissão Europeia] Von der Leyen que não deixe o futebol para aqueles que gozam de uma posição dominante e sem precedentes, como a UEFA. Viu-se o que a FIFA roubou, em milhares de milhões, ao longo dos anos. Uma vez que o futebol é popular e é o máximo baluarte da democratização, deve ser protegido, evitando monopólios. O empreendimento do futebol na Europa deve ser defendido".
Refira-se que muitas autoridades italianas contestaram as palavras de Ceferin, que condenou a decisão do governo transalpino de poribir a entrada no estádio de adeptos alemães.
De Laurentiis até a primeira ministra italiana, Georgia Meloni, visou, pedindo mão dura e recordando a dama de ferro, ex-primeira ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher: "O desporto é desporto se os adeptos forem corretos. E as famílias devem ir ao estádio, não aqueles que querem traficar drogas ou fumar marijuana. Aqueles que gritam 'Napoli somos nós' estiveram provavelmente fora do estádio ontem, a perseguir os alemães na cidade ou em guerrilha com a polícia. E ontem, o Maradona era um estádio ao estilo inglês. E estou orgulhoso de ter dado esta imagem ao povo, àqueles que nos seguiram na televisão em todo o mundo. Agora, a política deve abordar o problema e espero que Meloni faça como o único primeiro-ministro que teve a coragem: a inglesa Margaret Thatcher. UEFA? Ela representa-se a si própria. Basta pensar no que aconteceu em Paris na final da Liga dos Campeões... Von der Leyen também se deve colocar a questão. Porque na Europa há dezenas de milhões de adeptos que devem ser respeitados e protegidos, em oposição a uma 'franja violenta'".
O Ministro do Desporto italiano, Andrea Abodi, criticou também Ceferin, dizendo que fez "um autogolo" com as suas palavras.
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