Queiroz: "A vida das pessoas está nas mãos de Deus, a dos treinadores nas mãos dos resultados"
Carlos Queiroz em conferência de Imprensa de antevisão do Nigéria-Egito de terça-feira, primeira partida dos faraós (Grupo D) na Taça das Nações Africanas, que se disputa nos Camarões. Queiroz regressa a esta competição depois de há 20 anos ter estado com a África do Sul, no Mali, tendo atingido os quartos-de-final
Corpo do artigo
Antevisão: "É uma honra para nós estarmos nos Camarões e jogar esta competição. Estamos muito entusiasmados com o jogo de amanhã; jogadores, treinadores, staff... O que gostamos é de jogar, por isso estamos muito entusiasmados para que a bola comece a rolar e possamos competir, tentando dar o nosso melhor, de modo que possamos corresponder aos nossos objetivos e aos sonhos dos adeptos egípcios."
Sobre a Nigéria logo na abertura: "É um prazer jogar um jogo de abertura com uma nação do futebol como é a Nigéria. A sua história, na CAN e até em qualificações e fases finais de campeonatos do Mundo - creio que é a única seleção africana que passou a fase de grupos em mundiais por três ocasiões - fala por si. É um grande adversário, queremos jogar contra os melhores, por isso este jogo é um privilégio."
Sobre o regresso 20 anos depois à CAN: "Por favor não me lembrem que já foi há 20 anos... (risos). Tenho tido a oportunidade de passar em várias competições e a experiência permite-me saber que a abordagem é muito clara e simples: a estratégia é um jogo de cada vez! Não podemos chegar longe se não dermos os passos iniciais. Não podemos misturar os jogos. A ambição é ganhar, focando-nos no nosso objetivo e performance para o próximo jogo, tentando jogar bom futebol."
Sobre escolhas ofensivas e quem vai jogar amanhã: "Temos boas opções na nossa equipa, temos sete jogos para jogar e precisamos de todos os jogadores."
Sobre os objetivos do Egito nos Camarões: "Já tive a oportunidade de dizer que não existe nenhum treinador que assine um contrato com a obrigação de ganhar o Campeonato do Mundo ou a Taça das Nações Africanas. Creio que nem o nosso amigo Jurgen Klopp tem essa obrigação... (n.d.r. Carlos Queiroz estava sentado ao lado de Salah, internacional do Liverpool, que sorriu). Costumo dizer que a vida das pessoas está sempre nas mãos de Deus, e a vida dos treinadores está nas mãos dos resultados e dos presidentes; estou habituado a isso há mais de 40 anos. Vivo a minha vida para fazer o melhor pela minha equipa e pelos meus jogadores, com o máximo prazer, procurando partilhar o meu conhecimento e experiência de 40 anos. De resto, em todos os jogos tenho uma regra muito simples: ou ganho ou aprendo."
Sobre a importância de Salah: "É verdade, posso dizer que temos grandes jogadores entre nós, mas o melhor jogador que temos é a equipa. É esse o nosso melhor jogador para amanhã".
Sobre a pandemia e as circunstâncias que envolvem a competição: "Estou aqui para falar apenas sobre o jogo; depois de todos estes anos percebi que, nestas situações, expressar o que vem do fundo do nosso coração, partilhar a nossa opinião, pode ser algo perigoso, sobretudo junto de alguns idiotas. Por isso prefiro não fazer comentários. O meu trabalho é treinar."