Golos senegaleses, apontados apenas na segunda parte, surgiram numa fase em que os cabo-verdianos jogavam com menos duas peças em campo
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O Senegal apurou-se, esta terça-feira, para os quartos de final da Taça das Nações Africanas (CAN), ao vencer Cabo Verde, por 2-0, mas a seleção lusófona jogou grande parte do tempo reduzida com dez e nove unidades.
Uma entrada dura de Patrick Andrade, aos 21 minutos, merecedora de cartão vermelho, levou à sua expulsão, depois de o árbitro, que tinha exibido o cartão amarelo, ter sido alertado pelo videoárbitro (VAR) para ver o lance no monitor.
De resto, com exceção de um lance no primeiro minuto, em que Sadio Mané atirou ao poste da baliza de Vozinha, Cabo Verde, mesmo depois de reduzido a dez, controlou o ataque senegalês, que teve apenas mais um lance de perigo protagonizado pela estrela do Liverpool, ao qual o guarda-redes cabo-verdiano pôs cobro.
Embora Edouard Mendy teha sido um mero espetador na baliza senegalesa até ao intervalo, a exibição da equipa, em termos ofensivos, foi uma deceção, por falta de dinâmica nas ações, muito previsíveis, sem ponta de criatividade, sem velocidade.
Na segunda parte, até à expulsão de Vozinha, aos 57 minutos, o cariz do jogo não se alterou, com o Senegal incapaz de criar oportunidades de golo, mas tudo mudaria a partir do lance impressionante que envolveu o guarda-redes cabo-verdiano e Sadio Mané. O jogador do Liverpool corria isolado e saltou para cabecear a bola quando se deu o choque de cabeças e queda desamparada de ambos, que ficaram muito abalados.
No entanto, o árbitro, mais uma vez alertado pelo VAR, foi ao monitor e expulsou Vozinha, numa decisão suscetível de gerar alguma polémica, uma vez que o contacto de Mané com a bola é simultâneo ao choque de cabeças, além de que havia um defesa de Cabo Verde com hipóteses de dobrar o seu guarda-redes.
Apesar de visivelmente afetado pelo choque de cabeças, Mané permaneceu em campo e acabou por ser determinante, quando, seis minutos depois, inaugurou o marcador, aos 63, com um remate imparável, que levou ainda a bola a bater na parte inferior da barra. Aos 70 minutos, acabou substituído por se ressentir do choque com Vozinha.
A partir do momento em que ficou a jogar com nove jogadores, os quais foram de uma entrega insuperável, as coisas tornaram-se muito complicadas para Cabo Verde, que foi resistindo como pôde.
A equipa teve força e energia para pregar um susto ao Senegal nos últimos minutos, antes de Bamba Dieng "selar" a passagem da sua equipa para os "quartos" com o segundo golo, aos 90+2, quando a equipa cabo-verdiana estava toda balanceada para o ataque na tentativa de forçar o empate e o prolongamento.
O selecionador Pedro Leitão Brito viu-se forçado a lançar, aquando da expulsão de Vozinha, o guarda-redes do Montalegre, da Liga 3, Márcio Rosa, que ainda evitou dois golos, sacrificando o avançado Garry Rodrigues.