Campeão do mundo pelo Brasil: "Os nossos suplentes tinham mais possibilidades..."

Luís Antônio Corrêa da Costa, que ficou conhecido no mundo do futebol como Muller, conquistou o Mundial'1994 pelo Brasil, além de vários títulos importantes pelo São Paulo (duas Taça Intercontinental e duas Libertadores, entre outros). Em entrevista ao programa Abre Aspas, do Globoesporte, foi corrosivo quando instado a comentar a geração atual do futebol brasileiro.

"Não dá para comparar, as individualidades de 1994 não se comparam com nenhuma geração de hoje, esquece. Seja os titulares, seja no banco. Nós vencemos Mundiais com individualidades, o Romário a ser protagonista em 1994, em 2002 protagonista foram o Ronaldo e o Rivaldo. Individualidades. O Ancelotti olha para o banco e vê quem? Ninguém. Os suplentes de 1994 eram Ronaldo, eu, Viola, Paulo Sérgio, Cafu... O Branco estava no banco. Mais para a frente, Ronaldo e Cafu tornaram-se protagonistas noutros Mundiais. Com certeza, os suplentes de 1994 tinham mais possibilidades de ganhar um Mundial do que a geração de hoje", frisou.

Refira-se que na final do Mundial'1994, o ex-FC Porto Branco acabou por ser titular, deixando o ex-Milan Leonardo no banco. Ricardo Rocha, ex-Sporting, e Raí, ex-São Paulo e PSG, foram outras figuras no banco.

"Os jogadores da seleção brasileira são bons nas suas equipas, a maioria. Especialmente o Raphinha no Barcelona, o Vinicius no Real Madrid. Eles são protagonistas, arrebentam no jogo, mas na seleção não jogam, não são protagonistas. O Brasil não tem uma equipa hoje, não tem uma cara. Quantas e quantas vezes vi isso no século passado, na minha época. Não tínhamos uma cara, mas havia individualidades que faziam muita diferença, sempre a individualidade venceu o Mundial na nossa Seleção", prosseguiu.

Em Itália, Muller jogou no Torino e no Perugia, e recorda: "Era o segundo estrangeiro mais bem pago de Itália, perdia só para o Maradona, e jogando numa equipa mediana. Então, para mim, estava tudo certo, e disse: 'vou sair daqui para quê?' Caímos para a Série B, voltamos para a Série A, voltei para a seleção brasileira a jogar na Série B.