Manuel Cajuda recorre a três palavras para descrever a Seleção Nacional: "sonho, sorte e realidade". Destaca os padrões de evolução ao logo do Euro'2016 até atingir a final.
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Manuel Cajuda tem sido um atento espetador da campanha portuguesa no Euro'2016 e descreve a Seleção Nacional com três palavras. "Sonho, sorte e realidade", começa por avançar a O JOGO, antes de explicar o seu ponto de vista.
"O sonho: até que, enfim, alguém sonhou e esse foi, sozinho, Fernando Santos. Não vi nem ouvi mais ninguém, antes do início do Euro'2016, falar em chegar a uma final e que só queria regressar de França no dia 11. A sorte, e nisto tivemos por duas vezes, foi termos alguém que sonhasse e depois de termos sido apurados, porque não fizemos uma primeira fase como gostaríamos. Por fim, a verdade é que entre o sonho e a realidade é zero e nós estamos na final, já somos a segunda melhor equipa da Europa e amanhã (domingo) podemos ser a melhor Seleção da Europa", esmiuçou o treinador português, admitindo não ter acreditado desde início no sucesso de Portugal. "Tinha algumas reservas, não sou hipócrita e dizer o contrário. Mas, pelo comportamento da Seleção, o mérito do grupo que, no mínimo, no período de crise teve a capacidade de descodificar as outras equipas, sem ter atingido níveis de excelência, tem vindo a melhorar progressivamente. O último jogo com o País de Gales foi exemplo disso. Podemos ganhar amanhã (domingo] porque os padrões de evolução têm sido uniformes."
Além de se recusar "a entrar em questões individuais", por acreditar que "cada vez menos os desportos coletivos são resolvidos por individualidades", Manuel Cajuda defende que o Euro'2016 ficou "ligeiramente marcado pela segurança de quem defende melhor". "E Portugal, nisso, tem sido dos melhores. Tem sido uma excelente equipa defensivamente. Depois é aproveitar uma ou duas oportunidades que pode criar e também nesse aspeto não foi dos piores. Honestamente, a 24 horas da final, não custa sonhar que Portugal pode ganhar o Euro'2016".
Cristiano Ronaldo? "Tem dado o que nunca deu à Seleção"
"Cristiano Ronaldo não tem feito o melhor da sua carreira, mas tem dado à Seleção o que nunca deu: partilha, confiança, esforço, união e liderança. É obrigação dele e de todos os jogadores sacrificarem-se mas, quando lhe foi pedido isso, ele deu muito mais", elogia Manuel Cajuda.
"Há 10 anos ou mais que o vejo jogar muito bem, mas neste Europeu está a dar algo de novo. Em qualquer situação Cristiano Ronaldo é o melhor do Mundo e não abdico disso", sublinha o técnico.
Griezmann ou Cristiano Ronaldo, qual deles o melhor? "Nem perco tempo a pensar nisso, com todo o respeito pelo jogador francês", finaliza.