Burundi, Nicarágua ou Tajiquistão não são respostas do Trivial Pursuit, é onde há futebol
A pandemia parou o futebol não é uma verdade universal. É difícil de encontrar, mas ainda há jogos em algumas - poucas - partes do mundo.
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Burundi, Nicarágua, Bielorrússia e Tajiquistão. O que poderiam ser brilhantes opções para o jogo do stop - que deve ter regressado a muitas casas portuguesas neste tempo de isolamento social - ou respostas no famoso jogo Trivial Pursuit, são, afinal, os países onde ainda há futebol a decorrer. Isso mesmo, 11 contra 11, ainda que, perante o desconhecimento geral, poucos saibam quem nestes países desempenham o papel "e no fim ganha a Alemanha". Também não é isso que interessa, neste momento.
Para os que têm o hábito das apostas onlines, há agora nomes de clubes pouco habituais e classificações para analisar. Para os restantes, a descoberta é ainda maior ao saberem que a temporada arrancou sábado no Tajiquistão com o Istiklol, atual campeão, a defrontar o Khujand, segundo classificado na época passada, na Supertaça.
A ex-república soviética, situada já no continente asiático, é um dos poucos países onde a pandemia de covid-19 não parou o futebol. É certo que os jogos são disputados à porta fechada, mas ainda assim há futebol capaz de entreter o país cuja capital se chama Dushanbe. "Graças a Deus, não há coronavírus no Tajiquistão e a nova temporada de futebol pode começar", afirmou o treinador do Istiklol, Vitaliy Levchenko - citado pela Reuters -, antes ainda da Supertaça.
O Tajiquistão é um bom exemplo: há pouco futebol a decorrer por esse mundo e há ainda menos conhecimento sobre esses campeonatos. A propósito: o Istiklol vai iniciar a defesa do título que conquistou nas últimas seis temporadas de um campeonato disputado por 10 clubes e cujos plantéis contam com 42 estrangeiros, a esmagadora maioria deles oriundos do Uzbequistão (20). E do Gana (10). Os jogos são transmitidos em direto pela televisão estatal da ex-república soviética e também pela estação de televisão da federação.
A este propósito de transmissões televisivas, um passo atrás neste artigo para voltar a falar da Bielorrúsia, cujo campeonato decorre e cujos direitos de transmissão foram entretanto comercializados para 10 países. Mas, neste caso, haverá sempre quem conheça algo sobre o BATE Borisov ou o Dínamo de Minsk. O mesmo não se pode dizer de Istiklol, campeão do Tajiquistão. Ou de qualquer uma das equipas do campeonato da Nicarágua que agora figura em múltiplos sites de aposta, como o Placard, por exemplo.
Nicarágua, Bielorrússia e Tajiquistão. Só falta dar notícias Burundi, o país africano que este domingo é notícia pela decisão de prosseguir com os campeonatos. O ministro da saúde, Thaddée Ndikumana, recomendou a continuação dos campeonatos, a par de "medidas preventivas, como lavar as mãos e medir a temperatura dos espectadores antes da sua entrada nos estádios", refere a Lusa.
"Algumas vozes, muito minoritárias, tentaram explicar os fundamentos de suspender o campeonato como em quase todo o mundo. Uns apoiaram a decisão vinda de cima e outros tiveram medo de expressar o que pensam", lamentou. Até esta semana o Burundi não apresentava casos da covid-19, "face à vontade de Deus". Entretanto, por vontade de alguém, porventura, a informação foi atualizada: três casos.