Botafogo indignado com arbitragem: "É escandaloso e caso de investigação"
Botafogo exige investigação à arbitragem da partida com o Internacional, apelidando de "vergonhosa" a atuação dos juízes. A equipa de Luís Castro acabou por vencer por 3-2, dando a volta ao marcador nas compensações. O treinador português foi expulso, num dos dias "mais complexos" da sua carreira.
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Protagonista de um triunfo épico no terreno do Internacional (2-3), o Botafogo, que jogou em inferioridade numérica desde os sete minutos, não calou a revolta pela arbitragem de Sávio Pereira Sampaio. A indignação e sentimento de injustiça nos jogadores orientados por Luís Castro foi espoletada por uma grande penalidade assinalada no início do desafio.
Quando o Internacional se preparava para bater um canto, o juiz foi alertado pelo VAR para uma possível mão de Philipe Sampaio, num lance à queima-roupa, em que a bola bate primeiro no peito. Depois de ver as imagens, o árbitro expulsou o defesa do Botafogo e assinalou castigo máximo, deixando Luís Castro incrédulo, também ele com ordens para abandonar o banco de suplentes.
"Foi um dos dias mais complexos da minha trajetória como treinador. O penálti foi inexistente e no lance do segundo golo deveria ter havido canto para o Botafogo. A arbitragem deveria ser sempre um agente pacificador do jogo e não agente potenciador de tudo o que há de mal no jogo" analisou o treinador português. "Fui expulso com o juiz a 30 metros de mim, sem saber o motivo, sem ter uma simples explicação", referiu, agastado.
Segundo o relatório do árbitro, Castro recebeu ordem de expulsão por gesticular e ofender a equipa de arbitragem com as seguintes expressões: "É uma vergonha o que estão a fazer, estragaram o jogo, é vergonhoso".
Já depois de John Textor, proprietário do clube, ter pedido a Sávio que renunciasse à arbitragem e alertado para a necessidade de uma "limpeza no futebol brasileiro", o Botafogo emitiu um comunicado, no mesmo tom crítico. "Inacreditável, vergonhosa e absurda a atuação da arbitragem no Beira-Rio. Tornou a competitividade do jogo desleal com apenas três minutos. Pior: com auxílio de imagens. É escandaloso e caso de investigação", considera o emblema brasileiro que este ano voltou ao principal escalão. "Apenas não deixámos o campo, pois o Botafogo respeita as regras do jogo".
André Mazzuco, diretor para o futebol, reforçou a ideia e espera por tomadas de decisão por parte da federação. "Esperamos que o que aconteceu com uma equipa de arbitragem mal preparada, não se repita, não só connosco como com todas as restantes equipas. Investimos muito e o futebol precisa de profissionais preparados. O Botafogo vai tomar as medidas possíveis junto da CBF e da comissão de arbitragem. O que aconteceu aqui foi uma vergonha", condenou Mazzuco.
A imprensa brasileira também é unânime na análise e não poupa o juiz da partida. Vários jornalistas e comentadores arrasam o critério para a marcação da grande penalidade. "Mataram o Botafogo. É latrocínio", escreveu Renato Rodrigues da ESPN. "Não pode haver explicação lógica para esta arbitragem", referiu Marcelo Courrege (Rede Globo).