Borriello conta tudo: as mulheres, os escândalos e morte às mãos de Camorra
Avançado italiano, que agora joga na segunda divisão espanhola, abriu o livro de uma vida colorida.
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Marco Borriello chegou a Ibiza esta época para representar o clube da ilha, que milita na segunda divisão, depois de uma vida e carreira, no mínimo, coloridas. Aliás, não deixa de ser curioso que o avançado de 36 anos, conhecido pelo gosto pela vida noturna e mulheres, tenha escolhido uma terra bem conhecida pela diversão. "Sei que existe muita ironia em torno da minha escolha, mas não quero saber. Para julgarem precisam de saber a minha história com esta terra, a ligação profunda que existe", afirmou, em entrevista à Gazzetta dello Sport.
Porém, para entender a vida de Borriello é preciso recuar até à sua infância, passada em Nápoles. Um episódio que marcou "profundamente" a vida do jogador foi a morte do pai, assassinado pela Camorra devido a uma dívida que não conseguiu saldar. "Penso no meu pai todos os dias. Chamava-se Vittorio, era ruivo e tinha olhos verdes. Diz-se que durante a guerra a minha avó teve um amante inglês e que ele herdou um pouco da elegância e da sofisticação britânica. Quando a Camorra matou o meu pai eu era um miúdo, tinha apenas 11 anos. O futebol ajudou-me a olhar em frente e sei que hoje ele estaria orgulhoso de mim", recordou.
A carreira do avançado de 36 anos conta com passagens por clubes italianos como Treviso, Génova, Reggina, Juventus, Roma, Sampdoria, SPAL, entre outras, e aqui destaca-se o Milan, onde regressou duas vezes e conquistou uma Liga dos Campeões. No entanto, nem tudo foi bom, uma vez que Borriello acabou por ganhar fama de mulherengo e festivaleiro. "Era só nos meses de verão, quando não havia campeonato. Em todos os sítios onde joguei fui sempre um ídolo para os adeptos. Por um lado, as fotos em que apareci com todas essas mulheres bonitas prejudicaram-me, mas por outro deram-me visibilidade", lembrou.
Por fim, o italiano contou como a morte de Astori mudou a maneira como olha para a vida. "Depois da morte de Astori, tive noites em que não consegui dormir porque tinha medo de não voltar a acordar. No funeral, o padre disse que pensamos que somos omnipotentes, mas não somos. Agora já não me sinto atraído por diversão barata, quero aproveitar as experiências, as pessoas, as amizades, as conversas... Saborear cada momento. Essa é a minha missão", rematou.