Olivier Létang, que sucedeu a Lopez na presidência do Lille, em 2020, mostrou-se solidário com a situação do Bordéus e não poupou nas críticas à gestão do acionista maioritário da SAD do Boavista no clube francês, que escapou à falência mas desceu à quarta divisão
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Na quinta-feira, o Bordéus viu o Tribunal do Comércio francês aprovar um plano de recuperação financeira que impediu o seu desaparecimento, mas, já depois de ter descido na secretaria à terceira divisão, caiu ainda mais um degrau na pirâmide do futebol gaulês, até à National 2.
A situação preocupante do antigo campeão francês, detido e presidido por Gérard Lopez, também acionista maioritário da SAD do Boavista, tem feito muito eco naquele país, com Olivier Létang, que sucedeu ao empresário hispano-luxemburguês na liderança do Lille, em 2020, a não poupar nas críticas à gestão que Lopez antes de o ter substituído como presidente do clube.
"Adoro o desporto e quando as instituições são afetadas, sou muito sensível a isso. Estou a pensar nos adeptos do Bordéus, mas também nos do Mouscron ou do Boavista. O Lille vai fazer 80 anos este ano e ele devia ter morrido aos 77", afirmou, em conferência de imprensa, com base numa dívida de 120 milhões de euros deixada por Lopez nos “dogues”.
"Quando cheguei e falei da situação, toda a gente pensou que eu estava a exagerar. Quando se vê que o Mouscron foi liquidado e que o Bordéus está prestes a ser liquidado devido ao nível de endividamento... São bens de um território, fazem parte do património e acho isso absolutamente terrível", lamentou.
"Como disse ao Senado, eu sou um contribuinte francês, ele não. Houve fundos públicos envolvidos. Considero-o nojento, terrível e irresponsável. Não esqueçamos a cadeia de responsabilidades”, concluiu Letang.