Bons hábitos por confirmar: Portugal tenta carimbar o sexto Mundial seguido

Porto, 24/03/2022 - A Selecção de Portugal recebeu esta noite a Turquia no Estádio do Dragão, na meia final dos Play-Off de Acesso ao Mundial do Qatar 2022. Festejos golo Matheus Nunes (Pedro Correia/Global Imagens)
Pedro Correia/Global Imagens
Até ao século XXI, a Seleção só jogou dois Mundiais e três Europeus em 27 fases finais possíveis. De 2002 para cá não perdeu uma única destas provas e conta com um grupo de grande rodagem internacional.
Corpo do artigo
A Seleção de Portugal joga esta terça-feira, a partir das 19h45 no Estádio do Dragão, o acesso ao campeonato do Mundo com a Macedónia do Norte.
Seja no final dos 90 minutos regulamentares, após prolongamento ou no desempate por grandes penalidades, hoje haverá festa de apuramento para portugueses ou macedónios, pois trata-se de uma das três finais do play-off europeu.
Após afastar a Turquia (3-1), Portugal, 8.º no ranking FIFA, mede forças com a 67.ª classificada e que surpreendeu o mundo ao afastar a campeã europeia Itália. Algo que deve servir de aviso para a Seleção Nacional que em 2010 e 2014 também chegou aos campeonatos do Mundo via play-off.
Para Fernando Santos e seus jogadores, o desafio de hoje representa a oportunidade de não deixar fugir o sexto apuramento consecutivo para Mundiais e 11.º contando com Europeus - houve ainda a participação na Taça Confederações"2017 e Liga das Nações"2019. Uma demonstração cabal da dimensão que o futebol português conquistou este século comparando com o anterior. Até 2000, inclusive, a Seleção conseguira chegar a dois Mundiais (1966 e 86) e três Europeus (1984, 1996 e 2000), os dois últimos já com a chamada Geração de Ouro em destaque, formada pelos primeiros jogadores portugueses que tiveram a oportunidade de jogar em três ou mais fases finais de grandes competições, casos de Figo, Fernando Couto, Rui Costa, Vítor Baía, Jorge Costa e João Vieira Pinto.
Mas, como faz questão de dizer várias vezes Fernando Santos, a verdadeira Geração de Ouro ainda estava por chegar, referindo-se ao grupo de jogadores que em 2016 levantou o Europeu e três anos depois a Liga das Nações, os dois únicos troféus ganhos pela Seleção AA.
A presença repetida em grandes provas favoreceu o sucesso, não só por criar uma dinâmica de vitória, mas por garantir, mesmo com renovações do grupo, a presença de cada vez mais jogadores habituados a jogar fases finais. Acima de todos Cristiano Ronaldo, em todas as grandes provas desde 2004, mas também Pepe, João Moutinho e Rui Patrício que começaram a ganhar rodagem no Euro"2008, embora os dois últimos tenham ficado fora do Mundial"2010.
Para se perceber a diferença, Figo, o nome maior da Geração de Ouro, jogou "apenas" cinco fases finais, das quais dois Mundiais. O oitavo entre os internacionais portugueses (ver infografia), mas com tendência para ser superado por futebolistas com anos de carreira pela frente e várias fases finais no currículo, casos de Rúben Dias, Raphael Guerreiro, Bernardo Silva, Bruno Fernandes, João Félix, André Silva, entre outros.

