A vitória na final de domingo torna o inglês favorito, mas um triunfo espanhol alargará o lote de candidatos
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A reta final da temporada de Vinícius Júnior no Real Madrid não parecia deixar grandes dúvidas em relação ao vencedor da próxima edição da Bola de Ouro. A péssima prestação do brasileiro na Copa América, porém, reabriu a discussão e só Bellingham, colega nos merengues, poderá eventualmente selá-la, caso festeje amanhã a inédita conquista do Europeu com Inglaterra.
Os números de ambos em Madrid foram semelhantes. Vinícius (que na sexta-feira celebrou o 24.º aniversário), já na sexta temporada em Espanha, apontou 24 golos e efetuou nove assistências em 39 partidas; Bellingham, em 42 jogos na sua primeira época no país vizinho, festejou por 23 ocasiões e assistiu noutras 13.
Vinícius Júnior é o principal concorrente ao colega do Real Madrid, embora haja elementos da Roja que também podem sonhar (especialmente Rodri e Lamine Yamal). E depois há a Copa América... e Messi.
Outros fatores serão influentes, mas o desempenho nas competições de seleções pode ser o fator de “desempate”, e aí o favoritismo recai claramente no médio inglês, que apesar de não estar a fazer um Europeu estrondoso, deu a vitória ao seu país no jogo inaugural (1-0 à Sérvia) e manteve-o depois em prova com uma bicicleta incrível ao quinto minuto de compensações do jogo com a Eslováquia, nos oitavos de final. O brasileiro, por seu lado, só esteve em bom plano no jogo com o Paraguai, no qual bisou, falhando mesmo os quartos de final frente ao Uruguai (que resultou na eliminação do Brasil) após ver dois amarelos na fase de grupos.
O outro cenário possível no domingo - ou seja, a vitória de Espanha -, pelo contrário, trará à discussão vários outros candidatos. Desde logo, obviamente, integrantes da Roja. Lamine Yamal tem vindo a recolher todos os elogios ao longo da prova e mais uma grande exibição na final poderá colocá-lo na corrida, e até Carvajal se candidatou na sexta-feira ao prémio, ainda que só um defesa tenha sido galardoado na história: Fabio Cannavaro, em 2006.
O nome espanhol mais referido nos últimos (largos) meses, porém, é o de um médio: Rodri. Figura central das conquistas do Manchester City nas últimas épocas, é o farol e principal referência da seleção de Luis de la Fuente, tendo já sido apontado como candidato na época passada - acabou em quinto na votação final.
Stanley Matthews venceu a primeira Bola de Ouro, em 1956. Depois, só mais três ingleses o conseguiram: Owen, em 2001, foi o último
Mbappé, sempre um forte candidato, e até Toni Kroos chegaram a ser também apontados, ainda que sempre tendo em conta uma eventual conquista do Europeu - que acabou por não acontecer.
Nos últimos dias, porém, outro nome emergiu nas bolsas de apostas: Messi, pois claro. É verdade que o astro argentino já saiu da alta roda do futebol europeu desde que, no verão de 2023, resolveu deixar o PSG para rumar ao futebol dos Estados Unidos, e que nem sequer está a fazer uma Copa América de alto nível, mas... é Messi, e vê-lo a levantar mais um troféu com a sua seleção tem sempre um impacto muito forte nestes prémios.
A 4 de setembro, a “France Football” anunciará o nome dos finalistas, numa edição que pela primeira vez será realizada em parceria com a UEFA, ainda que mantendo o mesmo sistema de votações: a organização indica 30 nomes e recolhe os votos de 100 jornalistas, representantes dos 100 países mais bem posicionados no ranking da FIFA. A cerimónia final, onde será conhecido o vencedor, decorre a 28 de outubro, em Paris.
Ainda com data por definir está a gala do The Best, prémio do mesmo cariz, mas entregue pela FIFA e com sistema de votos diferente.