Bilhetes para final do Mundial superam os 3 mil euros. Adeptos criticam FIFA

Leia também Mundial: antigo craque norte-americano vê Portugal derrotado na final

A menos de sete meses do início do Mundial do próximo ano, a Associação Europeia de Adeptos de Futebol (FSE) pediu à FIFA para suspender a venda dos bilhetes, criticando os "valores astronómicos" que superam os 3 mil euros, situação que considera ser uma "traição monumental" ao Campeonato do Mundo e à participação dos adeptos nos jogos.

Em declarações à agência Reuters, Ronan Evain, diretor-executivo da FSE, mostrou-se surpreendido com os preços estipulados pela FIFA, já que, frisou, impedem que a esmagadora maioria dos adeptos apoiem as suas seleções nos estádios. "Trata-se de um pequeno grupo de pessoas que está a tentar lucrar o máximo possível com o torneio. Acreditamos que essa abordagem coloca em risco a própria essência da prova. Para a final, os bilhetes chegam a custar cerca de 4 mil dólares (3.410 mil euros. Os adeptos são importantes, é preciso vida nas arquibancadas, é preciso cor, é preciso atmosfera e, com estes preços, nada disso vai acontecer", afirmou.

A par dos preços para assistir à final, a FIFA decidiu que os bilhetes para os jogos da fase de grupos terão diferentes preços, pelo que aumentam consoante a "atratividade" das seleções. Para Ronan Evain, representa outra injustiça para os adeptos que, sublinhou, poderão desistir de viajar para os Estados Unidos para ver um jogo de futebol.

"Muitas pessoas que estavam hesitantes em viajar para os EUA agora dizem que precisam assumir um risco financeiro extraordinário, especialmente se forem famílias. Estamos a falar de algo que ronda os 30 mil dólares (25.575 mil euros) para uma família de quatro pessoas. A grande maioria dos adeptos de futebol não tem condições de pagar isso, nem mesmo na Europa", acrescentou. Feitas as contas, revelou, um adepto que queira acompanhar a sua seleção até à final gastaria perto de 6.900 dólares (5.833 mil euros).

Na lista de críticas estão ainda os bilhetes mais acessíveis (categoria 4), que eram distribuídos pela FSE aos adeptos através das suas associações e ficam agora reservados pela FIFA, para a venda ao público em geral.