Avançado português do Everton diz que precisa de críticas na sua vida
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Contratado no verão de 2023 à Udinese por 25 milhões de euros, Beto não se conseguiu estabelecer como um titular na sua época de estreia no Everton, somando ainda assim cinco golos e duas assistências em 37 jogos disputados pelos toffees, que fecharam a Premier League na 15.ª posição.
Questionado pela BBC sobre como encara as críticas de que muitas vezes os jogadores são alvo nas redes sociais, o avançado português, de 26 anos, surpreendeu ao dizer que precisa das mesmas na sua vida, já que as usa como motivação, guardando-as inclusive no telemóvel para não as esquecer.
“Temos de entender uma coisa: o futebol é simples. Nós jogamos futebol na nossa vida e eles [adeptos] fazem turnos de oito ou 12 horas e depois vêm aos jogos. Nem toda a gente nesta vida irá adorar-nos nem toda a gente irá odiar-nos. Nesta vida desportiva, por mim, está tudo bem. Às vezes gosto de ler os comentários sobre quando joguei mal ou falhei uma oportunidade. Eles dizem: ‘O Beto é bom a falhar golos’. Mas eu gosto porque digo: ‘Ok, vou fazer este gajo calar a boca’”, revelou, acrescentando: “Eu levo isto para o lado pessoal. Quando estou nos treinos, no dia ou semana seguinte [a ter lido esse tipo de críticas], lembro-me disso e digo: ‘Não, este tipo não vai voltar a dizer isto de mim’. Eu preciso de competição e de ter pessoas a criticarem-me. Preciso de ‘haters’ e deste tipo de coisa na minha vida. Mesmo quando era novo, era igual. Sempre que o assunto é futebol, eu levo a sério”.
“Quando estás só a jogar e não há competição, às vezes podes relaxar, faltar a treinos e se falhares uma oportunidade de golo, sabes que voltarás a jogar no próximo jogo. Com competição é diferente, tens de estar sempre alerta. Eu guardo notas, tenho capturas de ecrã [de publicações] do Facebook e do Youtube de quando dizem algo como que não sou bom o suficiente ou algo assim. Eu digo ‘Ok’, tiro uma fotografia, guardo nas notas e depois leio”, contou.
De resto, o antigo avançado do Portimonense, que também passou em Portugal pelo Olímpico do Montijo e União de Tires, admitiu que a sua adaptação do campeonato italiano para a Premier League não foi nada fácil, mas garantiu que agora está mais preparado para brilhar na sua segunda temporada em Inglaterra.
“Foi mesmo muito difícil, penso que não me adaptei bem. Mas agora conheço a Premier League e sei o que posso fazer melhor para criar mais oportunidades e ajudar a equipa a marcar mais golos. Preciso só de ser mais aberto fisicamente para fazer aquilo que eu quero. A última época foi difícil mentalmente e fisicamente. Conseguimos atingir o nosso objetivo [permanência], por isso foi bom. Fomos de férias com a mente tranquila e agora voltámos frescos e como novos”, rematou.