Beto compara-se aos tempos do Portimonense: "Às vezes lembro-me e começo-me a rir"
ENTREVISTA > Avançado reconhece como encaixou na Serie A e não evita gargalhadas ao lembrar a evolução que alcançou de Montijo para Portimão e agora absolutamente esmagadora no futebol italiano.
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Chegou como um desconhecido para a maioria dos adeptos italianos, mas já tratou de despachar as dúvidas. De Portimão para Udine, Beto segue fiel à sua matriz poderosa e goleadora.
Como podemos definir este ano e meio em Itália?
-Como uma boa experiência, muito boa, tenho aprendido muito, evoluído bastante. Só registo coisas boas.
O grande rendimento da época passada tem encontrado perfeita continuidade esta época. Estamos já perante um jogador muito identificado com o Calcio e o tipo de adversários?
-Sinto que consegui adaptar-me rapidamente e encaixar no estilo de jogo da equipa e do campeonato. Sinto-me melhor jogador, muito mais completo.
De que forma sente que a Udinese potenciou mais a sua carreira e as suas características?
-Identificaram os meus pontos fortes e fizeram-me apurar os pontos fracos, sem esquecer as qualidades. No final dos treinos faço exercícios específicos, recomendam-me vídeos, também de outros avançados. É um trabalho que me tem ajudado a tornar-me um jogador mais completo. Acho que tive um grande desenvolvimento no jogo de costas, no aspeto técnico, e ainda a tranquilidade com bola. Tem passado por aí, sinto uma grande afinidade com toda a gente no clube, sejam diretores, treinadores e companheiros. Há uma aposta de me fazer melhor. E eu focado em marcar golos e ajudar.
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Sente-se importante no clube?
-É mesmo isso, jogando ou não jogando. Isso passa pelo espírito de grupo e tudo o mais. Acho que no estilo preconizado pelo treinador também sou importante. Sinto-me acarinhado pelos adeptos. É um futebol simples, de procurar jogar e atacar a profundidade quando ela existe. Não passa tanto pela posse. Eu procuro fazer a diferença e marcar golos dentro dessas características.
Que aspetos são hoje radicalmente diferentes entre o Beto de Portimão e o Beto de Udine?
-Nada a ver! Sinto-me muito mais jogador do que era. Se vou ver os momentos do Portimonense e o jogador que sou agora, são imensas diferenças, mas que fazem parte do processo. Tinha uma dificuldade enorme em jogar de costas. Já me oriento melhor. Às vezes lembro-me dos treinos e começo-me a rir. Fazia coisas incríveis que hoje não faço. Posso falar de receções muito más, mesmo desastrosas! Riam-se de mim. Hoje falo 'meu Deus, o que era isso!'
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Que saldo de golos o deixaria realizado?
-Tenho o objetivo de superar os 11 golos. Acredito que posso ir bem além. Comecei muito bem, tal como a equipa, agora vivemos um momento menos bom mas a trabalhar para voltar aos bons resultados. Estamos bem e focados em melhorar a classificação da Udinese. Não posso dizer que é tranquilo jogar para a primeira metade na Serie A, mas temos potencial para o conseguir. Há muitos jogos pela frente para fazer mais.