Max Eberl, diretor desportivo dos bávaros, teme pelo futuro dos clubes.
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Max Eberl, diretor desportivo do Bayern Munique, teme que os atuais valores astronómicos das transferências do futebol mundial expludam com todo o sistema dentro de pouco tempo, sobretudo tendo em conta que o dinheiro está a fugir aos clubes e a ir parar aos bolsos dos jogadores e de empresários.
"Podes, sempre, tornar-te mais avarento com o dinheiro, mas todos os [clubes] que o são vão, gradualmente, tornar-se no prego no caixão do futebol. Se, a dada altura, todo o dinheiro sair [do mercado], então já não haverá mais para fazer os negócios. Estamos a falar de centenas de milhões de euros. É demasiado e, em determinados momentos, fica-se com a sensação que tudo isto vai explodir", afirmou o dirigente alemão, de 50 anos, em declarações ao jornal Süddeutsche Zeitung, quando confrontado sobre a mudança de Kylian Mbappé, ex-Paris Saint-Germain, para o Real Madrid.
Max Eberl, ex-jogador, também falou, especificamente, do caso da Arábia Saudita, que tem conseguido seduzir e resgatar algumas figuras do futebol europeu com os milhões. "Isto não me traz boas sensações, tenho de o dizer para ser justo, é assim que está o mercado neste momento. O dinheiro está a sair e nenhum clube beneficia com isto. Os jogadores, as famílias e os agentes beneficiam, mas os clubes não. No passado, o dinheiro permanecia no ciclo, mas isso está a acontecer cada vez menos", analisou.
Por exemplo, no caso de Kylian Mbappé, o "astro" francês chegou aos merengues a custo zero, mas receberá um prémio de assinatura de 150 milhões de euros, valor que será repartido pelas cinco épocas do contrato assinado.