Aos 47 anos, Gabriel Batistuta revelou que quem entrar em sua casa, jamais imaginará, caso não o conheça, que foi futebolista, muito menos o melhor marcador de sempre da seleção argentina. O astro argentino deu uma longa entrevista no seu país natal.
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"Em minha casa nunca se falou de futebol. Se entrares lá e não me conheceres, não imaginas que fui futebolista. Não há troféus, medalhas ou sequer uma foto: nada. Nunca quis que os meus filhos ficassem loucos por futebol. Os quatro jogaram na Reconquista [clube da terra natal] mas nunca fui a vê-los", afirmou Batistuta em entrevista à revista Gente da Argentina, por ocasião de um torneio de golfe solidário que o próprio organizou.
A ex-vedeta argentina contou não só nunca ter ido ver um jogo de futebol dos filhos, como nunca lhes ter mostrado qualquer vídeo das suas exibições. "Há uma semana, Shamel, o meu filho mais novo, de 12 anos, disse-me que eu fazia bons golos de livre e de penálti. Fez-me rir muito, porque foi procurar o meu nome no You Tube e descobriu, então, alguns golos meus", afirmou.
"Nunca fui ver os meus filhos porque não lhes queria meter pressão. Qualquer coisa que pudesse dizer poderia influenciar e mudar tudo. Não sei se fiz bem ou mal, mas era o que sentia. O meu pai também nunca foi ver os meus jogos e talvez por isso tenha chegado onde cheguei: não tinha que lhe demonstrar nada", explicou o histórico jogador, adiantando, de resto, que os filhos já deixaram o futebol.
"Fizeram-no quando se aperceberam do sacrifício que implicava uma carreira", afirmou Batistuta, dizendo ainda que o seu percurso ao mais alto nível também teve "mais problemas do que prazer". "Dores, pressão, desgostos. Nunca quis que isso passasse para minha casa."
"Se não fossem os meus problemas de joelhos, tinha jogado mais seis ou sete anos. Mas aos 33 anos, acabei por ter de me retirar porque já não aguentava as dores. Nunca me lesionei muito, mas os joelhos foram o meu calcanhar de Aquiles", comentou.