Autocarro da Tailândia atacado na Indonésia: "Cenas de uma agressividade inacreditável"

Luís Viegas, analista da seleção da Tailândia, contou a O JOGO os momentos de terror vividos durante o ataque ao autocarro da comitiva tailandesa antes do duelo contra a Indonésia, na Taça do Sudeste Asiático.
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Três meses após a tragédia que vitimou pelo menos 174 adeptos no duelo entre o Arema e o Persebaya, a Indonésia voltou esta quinta-feira a ser palco de momentos de terror antes do jogo entre a seleção local e a Tailândia, válido para a Taça do Sudeste Asiático, quando o autocarro da seleção da Tailândia foi atacado, na Indonésia.
Luís Viegas, analista da seleção visitante, relatou a O JOGO as cenas de "agressividade inacreditável" que o deixaram "chocado". "É daqueles dias que fazem pensar e nunca pensei que isto fosse acontecer depois da tragédia de há três meses. Tenho a sensação clara que isto foi armado pela polícia indonésia, dentro daquelas estratégias arcaicas para intimidar o adversário. Ontem demorámos apenas 10 minutos para chegar ao treino e hoje só tínhamos um batedor à frente, que optou por outro trajeto. Já íamos em 45 minutos de viagem quando entrámos na área do estádio e vimos centenas de pessoas vestidas de negro à espera do autocarro. Estas começaram a bater no veículo com uma agressividade inacreditável. Partiram duas janelas sem que ninguém os travasse e com o batedor da polícia a bloquear a nossa passagem. Felizmente ninguém ficou ferido, mas confesso que fiquei com medo", revelou Luís Viegas.
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Amigo pessoal de Abel Camará, que joga no Arema e viu de perto a forma como se desenrolou a tragédia do passado mês de outubro, o analista português confessou que o relato do avançado dos acontecimentos da época empolou a sensação de insegurança. "Ele disse-me que quando vão jogar fora vão acompanhados de vários carros da polícia, guardas armados e até blindados. Na Tailândia ou em Portugal isto jamais aconteceria por uma questão cultural e de organização. Fiquei chocado porque podem vir para cima de ti e fazer-te mal fisicamente a um ponto que nem imaginas. O jogo quase que passou para um plano secundário", frisou Luís Viegas, revelando que a FIFA está atenta ao que se passou: "O representante da FIFA disse-nos que o plano de segurança que entregou não foi cumprido. Já é triste ver que a polícia nada fez, mas é ainda pior ver que as pessoas não aprenderam nada com aquilo que se passou há uns meses."
Ora veja:
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