Lukaku, com três golos, tira alto rendimento da dinâmica do flanco.
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Imagine dois dínamos em alta rotação, sempre prontos para esburacar qualquer muro.
É assim a Bélgica quando parte para o ataque, explorando preferencialmente as alas e a velocidade dos bons extremos que possui, entre os quais Dries Mertens e Ferreira-Carrasco, habitualmente apoiados nas alas por Thomas Meunier e Thorgan Hazard, estes enquadrados numa linha média com quatro unidades, porque esta seleção joga em 3x4x3, o modelo tático da moda.
Não foi à toa por isso que cinco dos sete golos que os Diabos Vermelhos marcaram na fase de grupos aconteceram em lances desenvolvidos pelos flancos, especialmente pelo direito. Foi a partir daí, aliás, que a Bélgica começou a ferir a Rússia no primeiro jogo (vitória por 3-0) do Europeu, com Romelu Lukaku a faturar, já dentro da área, na sequência de um cruzamento.
Em 3x4x3, a seleção da Bélgica explora bem as alas e 42,8 por cento dos golos que colecionou na fase de grupos nasceram de lances trabalhados sobre a direita. Tudo em força e velocidade
É por demais sabido que o ponta de lança do Inter não facilita e, já na partida seguinte da fase de grupos, diante da Dinamarca, foi precisamente ele a abrir caminho pela direita para depois combinar com Kevin De Bruyne, que faria a assistência para o tiro certeiro de Hazard.
É com este tipo de trocas de posição, em versão carrossel, que a Bélgica aborda os adversários e Lukaku, o melhor marcador da companhia (três golos), não se importa nada de se mascarar de extremo para causar desequilíbrios e arrastar defesas, como se viu por exemplo no segundo golo dos belgas no mesmo jogo, assinado por De Bruyne. Contas feitas, três preciosos golos (42,8%) partiram de uma direita arrasadora.