Ataque ao centro de treinos do Palmeiras: "Não são adeptos, são bandidos"
O centro de treinos do Palmeiras, clube de futebol brasileiro treinado pelo português Abel Ferreira, foi alvo de ataque com bombas e petardos na madrugada de domingo
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O Palmeiras, treinado pelo português Abel Ferreira, apresentou um pedido de instauração de inquérito na Polícia Civil do Estado de São Paulo depois de o centro de treinos do clube brasileiro ter sido alvo de um ataque de adeptos com pequenas bombas e petardos na madrugada de domingo.
De acordo com a Globo Esporte, na queixa apresentada, o "Verdão” cita os crimes de dano patrimonial, periclitação da vida e possível fogo posto, com a presidente Leila Pereira a ter ficado em choque quando soube da notícia, que surgiu na véspera de uma vitória caseira sobre o Ceará (2-1), no Brasileirão, e numa altura em que a equipa dormia naquelas instalações.
“Fiquei estarrecida. Estavam todos os atletas concentrados, profissionais que trabalham no clube, porque antes dos jogos alguns dormem no centro de treinos. Isto não são adeptos, são bandidos. Para combatermos este tipo de vandalismo, esse tipo de bandidagem, é com castigos severos e retirando essas pessoas do convívio da sociedade. Só assim vamos poder dizer que o futebol é um ambiente familiar, não com esse bando de marginais solto por aí”, repudiou.
Este pedido de instauração de inquérito tem o objetivo de agilizar o processo da investigação policial ao episódio, segundo explicou Eudo Maciel Filho, advogado criminal do Palmeiras.
“Foram levantadas mais gravações do próprio Palmeiras, um relatório do segurança, então [foi feito o pedido] para reunir isso tudo num único documento e entregá-lo mais organizado, mais detalhado, ao delegado de polícia, para facilitar a investigação”, referiu, justificando os crimes citados neste processo: “Pelo facto de termos um segurança na porta, que saiu a correr assustado e por pouco não foi atingido pelos fogos. E houve um princípio de incêndio num dos toldos do local”.
“O problema é que estavam todos encapuzados ou até com capacete de moto, então a identificação é difícil, mas a polícia tem os seus meios para investigar o veículo no qual estavam e a matrícula do veículo, então acreditamos que, a partir de um trabalho de investigação que a polícia vai desenvolver daqui para frente, será possível identificar esses agentes e puni-los de acordo com a lei”, concluiu.
O afastamento na Taça do Brasil, na semana passada, diante do Corinthians, o seu rival histórico, por um agregado de 3-0, veio agravar a tensão entre os adeptos e os responsáveis diretivos, liderados por Leila Pereira, e técnicos do Palmeiras, culminando neste ataque.
Aos insultos, Abel Ferreira respondeu com aplausos, gesto que os adeptos terão interpretado como irónico, agravando o descontentamento.
Sexta-feira, em conferência de imprensa, Leila Pereira pediu “um pouco de paciência”, contudo os seguidores do Palmeiras responderam com cartazes repletos de insultos, colocados nos arredores do estádio Allianz Parque.