Jogador do Mónaco mostrou a sua veia solidária ao ajudar os trabalhadores temporários de Lleida, que viviam em condições desumanas.
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Keita Baldé, jogador do Mónaco, foi notícia nos últimos dias por ter dado voz e ajudado os trabalhadores que foram contratados temporariamente numa região agrícola perto de Barcelona, em Lleida. Agora, em entrevista concedida ao "El Mundo", o futebolista revelou que a primeira ideia era ajudar anonimamente, mas precisou de dar voz ao tema perante as faltas de apoio encontradas.
Muitas unidades hoteleiras também se negaram a receber os trabalhadores, que viviam em condições desumanas, mesmo depois de o jogador se oferecer a pagar a estadia.
"As vidas dos negros importam se te chamas Keita Baldé, mas se és um trabalhador temporário de Lleida, a tua vida não importa", afirmou.
Mas, finalmente, com a ajuda de alguns hotéis, conseguiu oferecer alojamento e comida a 150 pessoas durante três meses.
"Sentia que tinha de fazer algo, que tinha de ajudar. Pus-me em contacto com eles, mas não eu não queria palavras, não queria falar. Queria ações, factos. Havia pessoas que precisavam", explicou, antes de revelar as condições em que trabalhavam.
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"Dormiam na rua, entre caixas de cartão. Trabalham 13 horas por dia, por 25 euros. Têm de comprar comida, procurar onde dormir... Não roubam ninguém. E, em Espanha, precisamos de gente trabalhadora para que apanhe a fruta nos campos. Precisamos. Mas se não tratas bem quem trabalha para ti...", contou.
Baldé admite ainda que a veia solidária não surgiu apenas agora: "Financiei um colégio e uma mesquita no Senegal, ajudei a Europa durante a pandemia. Gosto de ser assim, desde pequeno que sou assim. Um rapaz de coração, de partilha. No final de cada ano partilhava a roupa que o Barça me dava e as sapatilhas que a Nike me enviava", concluiu.