Marc Cucurella tem brilhado neste Euro'2024 depois de uma época no Chelsea em que não escapou a críticas
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Marc Cucurella tem brilhado neste Euro’2024 como titular absoluto na defesa de Espanha, isto depois de uma segunda época ao serviço do Chelsea em que não escapou a críticas, algo que motivou este sábado uma reflexão da sua parte.
Em entrevista ao jornal The Athletic, o lateral-esquerdo, de 25 anos, salientou a instabilidade interna e a pressão de um clube como o Chelsea como fatores que não o ajudaram a uma adaptação rápida a Stamford Bridge, mas não só, apontando ainda que algumas críticas que recebeu se devem, injustamente, aos 65 milhões de euros que custou aos londrinos, após deixar o Brighton em 2022.
“Até ao verão de 2022, a minha carreira tinha corrido bem, em constante progressão e sem percalços. Depois, cheguei a um clube em que as expectativas eram muito altas. Até lá, tinha jogado em clubes em que se sentia que cada vitória era especial e cada ponto era celebrado. No Chelsea, vences um jogo porque tem de ser. Não existe tempo para relaxar ou desfrutar. Isto era algo que esperava, mas na minha primeira época tivemos várias mudanças de treinador, muitas coisas aconteceram no clube. Combinou-se tudo numa tempestade perfeita”, começou por afirmar o defesa formado no Barcelona, que passou pelo Eibar e Getafe antes de rumar ao futebol inglês pela porta do Brighton, em 2021.
“Também tive as minhas dificuldades, passei os primeiros dois meses a viver num hotel com a minha família, depois encontrámos uma casa mas tivemos ladrões a assaltarem-na. Depois disto, passei dois dias hospitalizado com um vírus. Perdi muito peso e tive de começar [a época] do zero, para ficar em forma outra vez. A equipa também não estava a encontrar o seu ritmo”, prosseguiu, recordando uma época de 2022/23 em que o Chelsea teve Thomas Tuchel, Graham Potter e Frank Lampard como treinadores, tendo fechado a Premier League no 12.º lugar.
“Finalmente, os adeptos julgaram-me e a outros colegas de equipa pelo preço que o Chelsea pagou por nós, o que não tem nada a ver comigo! Se esse dinheiro tivesse ido diretamente para os meus bolsos, talvez teria sido justo. As pessoas esperam que, com certos preços, os jogadores sejam máquinas. Às vezes é difícil entenderem que nós somos pessoas normais e temos os nossos próprios problemas dentro de campo. Passamos por fases melhores e piores nas nossas vidas”, concluiu.
Na época passada, Cucurella apontou um golo e duas assistências em 26 jogos disputados pelo Chelsea, sexto classificado da última edição da Liga inglesa. Já no Euro’2024, leva cinco partidas ao serviço da seleção espanhola, que vai defrontar Inglaterra na final de domingo (20h00), em Berlim.