Welington, central que se destacou no Málaga, viveu antes três épocas em Penafiel e esteve no último jogo como profissional de Artur Jorge. Louva a personalidade forte do antigo companheiro agora como técnico de sucesso no Botafogo
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Após três épocas em Penafiel, Weligton tornou-se um dos jogadores mais respeitados na história do Málaga, fazendo 285 jogos pelos andaluzes, acompanhando até como capitão algumas vezes uma constelação de estrelas, lembrando que Demichelis, Joaquín, Isco, Júlio Baptista ou Van Nistelrooy fizeram parte da armada malaguenha, além do português Duda, outra fora-de-série no clube.
O antigo central brasileiro, hoje com 45 anos, recorda Penafiel e a convivência com Artur Jorge, treinador do Botafogo, transformado em figura do ano no futebol brasileiro. Conhecem-se no Penafiel, última morada, breve e pouco produtiva, do agora técnico consagrado como campeão da Libertadores. Weligton está no derradeiro jogo da carreira como jogador de Artur Jorge, na primeira jornada da Liga de 2004/05, marcado por derrota penafidelense diante do V. Setúbal. Já perseguido por lesões e falta de ritmo, o central português, que deixara Braga, encerra o trajeto.
"Tive essa honra de estar com ele nessa etapa de Penafiel. Ainda aprendi muito com o Artur Jorge, bem como o Odair, dois grandes jogadores e melhores profissionais, com vasta experiência que tinham jogado juntos no Braga", reporta o brasileiro, que identificou Artur Jorge e uma foto do único onze que integraram juntos, num tributo deixado nas redes sociais. "Fico muito feliz de ver treinadores portugueses fazendo tanto sucesso no Brasil, dos que já passaram aos que estão aqui. Acho que têm trazido um rico conhecimento e maior profissionalismo. Artur, com o seu trabalho, levou o Botafogo a um título inédito e ficará com o seu nome gravado na história do clube para sempre" elogia Weligton, conseguindo tocar em traços de uma personalidade que já era forte há 20 anos.
"Era um jogador de caráter forte e um líder, isso acho que se transportou para o treinador na facilidade de tomar decisões. A grande diferença que define o sucesso é montar uma equipa que te respeite e em que todos acreditam que o trabalham tem um propósito. Ele conseguiu isso", revela, aprovando esta aposta crescente do Brasil no mercado português. "O Brasil foi um caso flagrante de exportação de jogadores e técnicos mas isso tem mudado um pouco nos últimos anos. Sou suspeito para falar, porque adoro Portugal, que me abriu as portas da Europa. O meu carinho é imenso e satisfaz-se este sucesso com os treinadores", evidencia.
"Fiquei muito feliz quando soube da contratação feita pelo Botafogo, escrevi a Artur Jorge e dei-lhe os parabéns e desejando toda a sorte do mundo. Acho que ele foi muito corajoso pois tinha pela frente uma enorme responsabilidade. Deus deu-lhe esta oportunidade na hora certa", vinca o antigo central, ciente que esta Libertadores revolucionou a fama do português. "Depois desse título, ele posicionou-se entre os grandes treinadores, está forte nessa lista. Mas também deixou evidente a todos, que foi um sucesso feito de muito trabalho, honestidade, dedicação e sacrifício", atesta, maravilhado pelo caminho trilhado pelo Botafogo com técnicos portugueses, que, curiosamente, foram importantes para o central, já que Luís Castro o orientou no Penafiel. "Eles estão a recrutar muito bem. Os dois conseguiram implantar uma filosofia de trabalho vencedora. A equipa atual do Botafogo está a demonstrar o melhor futebol da atualidade, vencendo e convencendo", avalia.