Artur Jorge fala de Scolari e Roberto Martínez na Seleção e da possibilidade de orientar o Catar
Treinador passou a carreira em revista em entrevista no Brasil
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Em entrevista ao Abre Aspas, do Globo Esporte, Artur Jorge passou a carreira em revista, falando também sobre o mercado de seleções, revelando que foi equacionado para a do Catar... mas o Sheik mexeu os cordelinhos para não o tirarem do Al-Rayyan.
Mercado de seleções: "Tive agora esta possibilidade, que eu sei que é muito real, em relação à seleção do Catar. Há um mês, estiveram num processo de escolha, e sei que o meu nome foi um dos nomes mais fortes sobre a mesa para fazer parte disso. Mas também sei que houve uma influência, acredito que real, do meu Sheik para continuar no projeto que tenho no Al-Rayyan. E, dessa forma, tentar fazer com que o clube possa, como estamos a tentar projetar, ser um clube ganhador. Esse momento acabou a ficar um pouco para trás, mas não quer dizer que amanhã não volte a estar sobre a mesa e a ser uma possibilidade que eu, naturalmente, tendo a possibilidade, vou avaliar."
Estrangeiros a orientar seleções: "Eu confesso que tenho dificuldade em discutir isso, porque me confunde, num mundo tão global como o nosso, que falemos de nacionalidades para o que quer que seja. Digo isso porque um dos treinadores que eu mais gostei de ver na seleção portuguesa foi o Scolari (Felipão), um brasileiro que me deu muitas alegrias. Quase fomos campeões europeus. Levou para a seleção um sentido de família que, até então, nós não tínhamos. Não tenho problema nenhum em reconhecer e valorizar esse técnico, que é brasileiro e que orientou a seleção portuguesa. Como não tenho problemas em me sentir um orgulhoso português por ter ganhado a Liga das Nações com um treinador espanhol (Roberto Martínez). Isso para mim não é assunto, ter um treinador italiano à frente da seleção brasileira, porque a globalização não pode ser só em alguns contextos ou momentos. (Deve ser) também nas nossas próprias áreas, em que acabamos sendo treinadores do mundo. Temos base e formação em cada um dos nossos países, mas depois (somos) preparados para trabalhar em qualquer parte do mundo e contexto. Não vejo isso como problema. Vejo, sim, o que é competência. E valorizar a competência será sempre o mais importante para mim."