"Artur Jorge e os atletas viraram ídolos, ficarão para sempre no coração dos adeptos"
Odair, antigo companheiro de defesa na equipa no Braga, fala radiante do sucesso do atual treinador do Botafogo, que este domingo pode fazer história
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Grande central do Braga entre 1998 e 2002, Odair, hoje com 51 anos, foi um parceiro destacado de Artur Jorge no centro da defesa dos guerreiros, rejubilando no Brasil com o sucesso do antigo companheiro ao leme do Botafogo. Trabalhando numa escolinha, o ex-jogador dos bracarenses aplaude o caráter que ajudou a forjar a campanha mais reluzente da história do Fogão, mesmo tendo tido nas fileiras Nilton Santos, Zagallo, Paulo Cézar Caju, Jairzinho, Didi ou o mais mítico de todos, Garrincha.
Aos 51 anos, o ex-jogador brasileiro recorda com saudade a passagem por Portugal, onde também jogou no Penafiel, e um amigo que devolveu o Fogão às glórias do passado.
“O Artur Jorge sempre foi muito competitivo e nunca gostava de perder, nem mesmo nos treinos. Sempre buscava ganhar em tudo o que competia”, credita como primeira memória, expressiva da fome transmitida a um leque de jogadores que perdera de forma cruel o título do Brasileirão na época transata. Agora cobre a desforra com o recheio de uma épica Libertadores e a ode maior ao seu sucesso pode confirmar-se este domingo, sendo o Botafogo amplamente favorito a levantar também o título brasileiro, dependendo de um único ponto frente ao São Paulo.
Os adeptos estão em transe, envoltos nessa loucura de não terem travão na comemoração e de verem o clube, finalmente, honrar um legado tão magnânimo. Os méritos vão a toda a hora para o técnico português. “Sempre foi um líder dentro do balneário como atleta. Foi capitão do Braga muitas épocas, tendo influência positiva sendo titular ou não. Essa liderança convive com ele e, agora, entra por direito próprio no coração dos adeptos do Botafogo”, argumenta Odair, analisando as particularidades de um emblema tão massacrado por morrer na praia.
“O treinador ficará para sempre na história do clube e no coração dos adeptos”
“É uma equipa grande mas, muito mais, pelo seu passado de grandes jogadores, de títulos já longínquos. Tem adeptos muito carentes de conquistas que foram ganhando ânimo com a chegada de Textor, depois de Luís Castro, e, agora, com Artur Jorge. As coisas mudaram, veio esperança para os adeptos. Infelizmente a equipa caiu muito com a saída de Luís Castro na época passada e perderam uma grande oportunidade”, balança o peso recente, que até potencia catarse mais contundente. “O treinador e estes atletas viraram ídolos, ficarão para sempre na história do clube e no coração dos adeptos”, vinca, marcando só uma divisão nas contas do título brasileiro.
“Eu torço muito pelos antigos colegas, acompanho, já tentei falar com o Artur Jorge mas sem retorno. Do lado do Palmeiras também tenho o Castanheira, adjunto do Abel, nosso companheiro em Braga. Acredito que o título será alvinegro, porque é um clube mais estruturado e uma equipa com futebol mais vistoso”, revela Odair, que seguia os passos do técnico do Botafogo ainda em Braga. “Vi que foi alcançado resultados impressionantes no clube e comecei a imaginar que ia atingir grandes voos. Para ser sincero não contava que viesse treinar no Brasil, esperava mais que passasse pelas grandes ligas da Europa. Mas, está visto, que veio em boa hora”, elogia Odair.
O “mau perder” do português
Questionado pelo “mau perder” de Artur Jorge quando jogava, Odair graceja: “Brincávamos muito nessa época quando ele vivia momentos no banco. A caminho do treino sempre começávamos a largar comentários para os avançados se colocarem atentos, que o Artur Jorge estava furioso e trincava a língua. Virava coisa assustadora”.