As declarações do antigo treinador do Arsenal estão a ser vistas como racistas e discriminatórias
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A CONMEBOL divulgou dois excertos de uma carta enviada à FIFA, na qual "arrasa" o organismo devido a declarações de Arsène Wenger, diretor de desenvolvimento da entidade, sobre Kylian Mbappé, bem como a decisão do IFAB de aprovar em definitivo a possibilidade de cinco substituições num jogo de futebol "sem um processo de consulta que teria enriquecido o debate".
Pois bem, as declarações do antigo treinador do Arsenal estão a ser vistas como racistas e discriminatórias. "Kylian Mbappé tem raízes africanas, mas formou-se na Europa [...]. Se tivesse nascido nos Camarões, não se teria transformado no avançado que é hoje. Existe a Europa e existe o resto do mundo. E o resto do mundo precisa de ajuda, se não vamos perder muitos talentos", afirmou Wenger num congresso de treinadores, na Alemanha, há duas semanas.
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"A CONMEBOL recusa e condena as muito infelizes expressões do alto funcionário da FIFA, muito próximo da presidência da instituição, Arsène Wenger. A CONMEBOL está firmemente comprometida na luta contra as expressões e gestos racistas ou discriminatórios, sejam provenientes de adeptos nos estádios, técnicos no campo de jogo ou dirigentes através de declarações públicas", pode ler-se na carta dirigida ao presidente da FIFA, Gianni Infantino.
"As palavras de Wenger - além de revelarem uma insólita uma ignorância incomum sobre a valiosa contribuição dos jogadores africanos ao futebol mundial, especialmente ao futebol europeu - mostram um revés degradante que inviabiliza os esforços de atletas e instituições desportivas que não "estão na Europa". Muitas vezes, os preconceitos mais condenáveis disfarçam-se de reflexões "fundadas" e "inteligentes"", lê-se ainda.
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