Este século, os gunners chegam pela primeira vez ao Boxing Day com cinco pontos de avanço.
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Líder da Premier League com cinco pontos de vantagem sobre o Manchester City, o Arsenal, nos últimos 40 anos, nunca tinha passado o Natal numa posição tão confortável da tabela.
A tradição pode ser vista de ângulos diferentes, mas nos últimos 30 anos só uma equipa não foi a campeã quando chegou a esta data com cinco ou mais pontos de vantagem para o segundo lugar.
É verdade que, objetivamente, o avanço pode ir à vida em duas singelas jornadas, bastando para tal que os gunners sejam derrotados duas vezes em contraponto com dois triunfos dos citizens. Mas também não deixa de ser uma realidade que, à luz da história, estes cinco pontos ganham um "peso" porventura maior.
É que, neste século, por exemplo, nenhuma equipa que chegou ao Boxing Day com mais de cinco pontos de vantagem na liderança deixou escapar o título de campeão. Conforme se pode ler no quadro em anexo, Chelsea, City, Liverpool e United fizeram sempre a festa final nas épocas em que chegaram ao Natal em posição confortável.
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Nas últimas décadas houve apenas uma equipa que deixou fugir o "pássaro" que tinha na mão: o Newcastle, em 1995/96, quando chegou ao Boxing Day com dez pontos à melhor para os red devils, que viriam a efetuar fantástica recuperação, pelas mãos do "mago" Alex Ferguson.
Mas o peso da tradição não é totalmente favorável aos gunners, uma vez que, analisando sob outro prisma, a turma londrina onde alinham os portugueses Fábio Vieira e Cédric Soares nunca foi campeã depois de chegar a esta data na frente. Por outro lado, das cinco vezes em que foi campeã nos últimos 40 anos, partiu sempre de trás, ultrapassando já no novo ano os concorrentes.
As contas que o Catar acrescenta à equação
Desta feita, há que ter também em conta a importância da participação de diversos jogadores das melhores equipas da Premier no Mundial do Catar. E não é igual o peso entre os principais candidatos ao título. Isto porque, se os jogadores do Arsenal que competiram somaram um total de 1700 minutos no Mundial, os do Manchester City (principal concorrente ao título) contabilizaram mais do dobro, com 4572 minutos.
Catar: jogadores do Manchester City tiveram, regra geral, um Mundial mais desgastante
Jogadores importantes no plantel como Stones (437"), Álvarez (467"), Bernardo Silva (358") ou Cancelo (309") tiveram todos mais de 300 minutos, sem falar de Rúben Dias (360"), que se lesionou no Catar e está de fora no próximo mês. Já nos gunners, dos jogadores mais importantes, apenas Xhaka jogou mais de 300 minutos na prova (somou 360").
Em ritmo "non stop" até ao dia 4 de janeiro
A começar hoje com os sete jogos do Boxing Day, os próximos dez dias serão disputados em ritmo "non stop" pelas equipas inglesas, em vários casos com um espaço de menos de 72 horas (recomendação geral por parte dos médicos) entre jogos.
Descanso: citizens vão fazer dois jogos com apenas 65 horas de intervalo
Assim, entre a jornada 17 (segunda, terça e quarta-feira) e a ronda 18 (de sexta a segunda-feira) são duas as equipas que não vão ter direito a descansar as tais 72 horas aconselháveis: Leeds e Manchester City, que só vão ter 65 horas de descanso entre as partidas de ambas as jornadas: as duas equipas defrontam-se na quarta-feira às 20h00, jogando para a ronda 18 às 15h00 de sábado, ou seja, 65 horas depois.
São nada menos do que três jornadas da Premier a serem realizadas nos próximos 11 dias. Várias equipas fazem dois jogos seguidos com menos de 72 horas de descanso.
Algo de semelhante acontece entre as rondas 18 e 19, com o Liverpool (67,5) e Brentford (68) fora desse espaço de tempo recomendado. Mas também o Arsenal joga 72,5 horas depois, pelo que os dois grandes candidatos ao título não têm, neste particular, diferença assinalável entre si.
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