O Al Nassr mais português de sempre inicia hoje a corrida por um título de campeão nacional que lhe foge desde a já longínqua temporada de 2018/19
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Tem hoje início o assalto da armada lusa do Al Nassr ao título na Arábia Saudita em 2025/26. A influência de Cristiano Ronaldo, figura maior do clube (e de todo o futebol saudita) desde janeiro de 2023, estendeu-se esta época para lá do campo, com José Semedo e Simão Coutinho a assumirem cargos de direção que resultaram nas contratações de Jorge Jesus, para o banco, e de João Félix, o novo fiel escudeiro do capitão dentro das quatro linhas.
O objetivo está mais do que assumido: a conquista do campeonato, que foge ao gigante de Riade desde 2018/19 – então com Rui Vitória no comando técnico. Desde a chegada do CR7, o Al Nassr foi duas vezes vice-campeão (a segunda das quais acabando a 14 pontos do Al Hilal… de Jorge Jesus), tendo terminado a última temporada no terceiro posto, 13 pontos atrás do campeão Al Ittihad.
A antecâmara do arranque do campeonato acabou por ser sinónimo de frustração: depois de afastar o Al Ittihad nas meias-finais da Supertaça (2-1, com João Félix a marcar o golo decisivo a passe de Cristiano Ronaldo), o Al Nassr perdeu a final da competição no desempate por grandes penalidades ante o Al Ahli (5-3) após o 2-2 registado no fim do tempo regulamentar. Hoje, abre o campeonato no reduto do Al Taawon, adversário que transmite boas sensações a Jorge Jesus: nas seis ocasiões em que se defrontaram, o treinador português venceu cinco, empatando apenas o primeiro jogo, em 2018, na primeira passagem pelo Al Hilal.
Os grandes concorrentes do Al Nassr no objetivo máximo do futebol saudita também têm representação lusa. O Al Ittihad mantém Danilo Pereira como patrão da defesa, bem como as grandes figuras da campanha que resultou no título em 2024/25 (Karim Benzema, N’Golo Kanté, Steven Bergwijn ou Fabinho) e o treinador, o francês Laurent Blanc, com aura de vencedor conquistada em Bordéus e PSG, além do clube de Jedá. No total são já 17 troféus para Blanc, entre os quais cinco de campeão nacional, francês (quatro) ou saudita (um). Já o Al Hilal, de João Cancelo e Rúben Neves, apostou no reforço do plantel com Theo Hernández, contratado ao AC Milan por 25 milhões de euros, e ainda Darwin Núñez, recrutado ao Liverpool a troco de 53 milhões, de modo a conferir mais opções de indiscutível qualidade mundial ao treinador Simone Inzaghi, que assumiu o comando técnico ainda antes do Mundial de Clubes, logo depois de ter sido finalista vencido da Liga dos Campeões pelo Inter de Milão, no desastre de Munique com o PSG (5-0).
Num patamar imediatamente abaixo surgem Al Ahli, vencedor da Liga dos Campeões asiática na última temporada, e Al Qadisiyah, que se intrometeu nos lugares da frente após ter subido de divisão (acabou em quarto) e protagonizou a maior compra deste mercado, desembolsando 68,3 milhões de euros para assegurar os serviços do artilheiro da Série A italiana (Mateo Retegui). Os outros cinco treinadores portugueses em competição (José Gomes no Al Fateh, Pedro Emanuel no Al Fayha, Armando Evangelista no Damac, Paulo Sérgio no Al Akhdoud e Mário Silva no Al Najma) almejam acima de tudo a permanência no escalão principal.