Por via de comunicado, a UEFA divulgou uma carta enviada pelo árbitro polaco Szymon Marciniak, cuja presença na final chegou a estar em dúvida após ter marcado presença num recente evento da extrema-direita do seu país.
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A UEFA confirmou esta sexta-feira que o sueco Szymon Marciniak vai arbitrar a final da Liga dos Campeões, entre Manchester City e Inter, marcada para o dia 10 de junho, em Istambul.
A presença do árbitro na partida foi posta em causa após ter sido visto - a título de convidado - num recente evento da extrema-direita polaca, promovido pelo partido de Slawomir Mentzen, o líder da Confederação.
A situação levou à abertura de uma investigação por parte da UEFA, sendo que Marciniak pediu desculpa esta sexta-feira por via de um comunicado, tendo sido a própria organização não-governamental que revelou a presença do árbitro no tal evento a solicitar que se mantivesse na partida, num gesto de "antidiscriminação".
Leia o comunicado do árbitro:
"Espero que esta declaração chegue a todos os interessados, em especial às pessoas que ficaram legitimamente alarmadas e desiludidas com a minha participação no evento "Everest" organizado em Katowice a 29 de Maio de 2023. Quero apresentar as minhas mais sinceras desculpas pela minha participação e por qualquer aflição ou dano que possa ter causado.
Após reflexão e investigação mais aprofundada, tornou-se evidente que fui gravemente induzido em erro e que desconhecia completamente a verdadeira natureza e as afiliações do evento em questão. Não tinha conhecimento de que estava associado a um movimento polaco de extrema-direita. Se tivesse conhecimento deste facto, teria recusado categoricamente o convite. É importante compreender que os valores promovidos por este movimento são totalmente contrários às minhas convicções pessoais e aos princípios que me esforço por defender na minha vida. Lamento profundamente qualquer percepção de que a minha participação possa ter sido contrária a esses valores.
Como profissional profundamente empenhado no futebol, quero sublinhar o meu apoio inabalável aos valores defendidos pela UEFA, nomeadamente a inclusão e o respeito por todos os indivíduos, independentemente da sua origem. Estes princípios estão no cerne do espírito do futebol e alinham-se perfeitamente com as minhas convicções pessoais. Além disso, condeno sem reservas qualquer forma de ódio, discriminação ou intolerância, uma vez que não têm lugar no desporto ou na sociedade em geral.
Quero também sublinhar o meu empenhamento na luta contra a discriminação no futebol. Fui um dos primeiros árbitros do mundo, e certamente o primeiro no meu país, a aplicar o "procedimento em três fases" em resposta a um grave incidente discriminatório durante um jogo na Polónia.
De futuro, comprometo-me a ser mais vigilante no controlo dos acontecimentos e das organizações a que me associo. Comprometo-me a aprender com esta experiência e a garantir que tais erros de julgamento não se repitam no futuro.
Por último, apresento as minhas sinceras desculpas aos clubes, jogadores, adeptos, colegas, dirigentes e organizações que depositam em mim a sua confiança. Compreendo perfeitamente que as minhas acções tiveram repercussões que ultrapassam o desapontamento pessoal e estou totalmente disposto a aceitar quaisquer consequências resultantes da minha participação imprudente.
Agradeço a vossa compreensão e solicito humildemente uma oportunidade para fazer as pazes e reconquistar a vossa confiança através das minhas acções futuras.
Com os melhores cumprimentos,
Szymon Marciniak".
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