Federação Inglesa proíbe mensagens nas redes sociais e na Alemanha já há uma queixa-crime contra Mazraoui, marroquino do Bayern
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As consequências do acirrar do conflito entre Palestina e Israel vão-se alastrando ao futebol a um ritmo quase diário. O posicionamento público de jogadores e outros agentes do jogo tem-se revelado um verdadeiro desafio para os organismos que regem a modalidade, começando agora a surgir as primeiras medidas concretas no combate a essa realidade.
Ontem, a FA (Federação Inglesa) anunciou a proibição de manifestações públicas de apoio a qualquer uma das fações por parte de “qualquer interveniente do futebol”, prometendo sanções a quem desrespeitar a ordem. O aviso surge no seguimento da publicação da frase “Do rio ao mar”, em apoio à Palestina, por parte de Choudhury, colega dos portugueses Ricardo Pereira e Wanya Marçal no Leicester, na sua conta do X (ex-Twitter). “Estamos a incentivar os clubes a garantir que os jogadores não partilham conteúdos que possam ser ofensivos ou incendiários para qualquer comunidade”, escreveu o organismo. O médio inglês (assumido muçulmano) acabou por apagar a publicação.
Essa mesma frase esteve também na origem da suspensão de El Ghazi no Mainz. O internacional neerlandês de origem marroquina foi entretanto reintegrado nos trabalhos do clube alemão, mas ontem recorreu novamente às redes sociais para reiterar a mensagem publicada inicialmente. O Mainz garantiu entretanto que irá entregar o assunto ao departamento jurídico, revelando ainda que o extremo pôs... baixa médica.
A contas com uma queixa-crime está o internacional marroquino Mazraoui, também devido a uma publicação pró-Palestina na sequência dos atentados do grupo terrorista Hamas em Israel, considerada crime de exaltação de ataques contra a humanidade por Volker Beck, presidente da Associação Germano-Israelita. O antigo membro do Parlamento alemão criticou ainda a postura do Bayern Munique, que não aplicou qualquer punição ao lateral.
Os castigos já chegaram mesmo... às claques. No caso, à “Green Brigade”, do Celtic, que viu o clube revogar-lhe os bilhetes de época para os jogos em casa depois de vários adeptos terem abanado bandeiras da Palestina antes da última partida na Liga dos Campeões, diante do Atlético de Madrid (2-2), mesmo após pedido expresso para não o fazerem.